SÃO CARLOS | Estudo da FIPE aponta que arrecadação ficou estagnada
O prefeito Airton Garcia, juntamente com os secretários da Fazenda, Mário Antunes, de Planejamento e Gestão, Roberto Ignatios; de Administração e Gestão de Pessoal, Helena Antunes e o vice-prefeito e secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano Giuliano Cardinali, recebeu na última sexta-feira (6), a visita de uma equipe da FIPE – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. Durante o encontro, os especialistas da Fundação apresentaram um diagnóstico retroativo, dos últimos cinco anos, da evolução das receitas e despesas da Prefeitura de São Carlos.
Pelo diagnóstico, houve uma involução da receita municipal, a arrecadação total em 2011, foi de R$ 671.358,2 mil, valor menor que 2015, quando foram arrecadados R$ 666.631,9 mil. “Esse é um problema sério. Na verdade, também ocorre em outros municípios. Enquanto a receita ficou estagnada, a despesa corrente cresceu. Com isso, hoje, São Carlos sofre muito para investir, não há recurso para investimento”, afirmou o consultor e economista, Geraldo D´Andréa.
D´Andrea destacou que esse documento serve para chamar a atenção, alertar a administração da necessidade de implantar uma política fiscal que vise à redução de custos, além de ações para aumentar a arrecadação através da eficiência e da melhoria da cobrança. “Isso não significa aumentar impostos, mas melhorar a eficiência da gestão e pelo lado da despesa não tem alternativa, tem que cortar mesmo, evidentemente, onde puder, mas tem que cortar. É a única maneira de conseguir gerar recursos para investimentos”.
Na avaliação do economista, o problema que a nova administração vai enfrentar, de imediato, é não conseguir linhas de crédito devido à situação de inadimplência da Prefeitura. “O parcelamento ou reparcelamento das dívidas passa ser primordial nesse momento. Como isso demora no mínimo seis meses, agora é a hora de desenvolver bons projetos.”
Para o consultor de contas públicas da FIPE, Ulisses Sales, que também participou da reunião, a qualificação dos servidores também é fundamental. “É preciso estimular o servidor público para que ele continue estudando, que busque cada vez mais a qualificação. Pelo nosso diagnóstico, a área que mais precisa de atualização é a área de finanças”.
Ulisses disse ainda que é possível aumentar a arrecadação sem aumentar imposto. “Existem maneiras, existem mecanismos quer a gente utiliza para melhorar essa arrecadação, ou seja, trazer mais recursos para os cofres da Prefeitura para que a Prefeitura possa reverter isso em melhorias para a comunidade.”
Para o vice-prefeito e secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano, Giuliano Cardinali, será preciso melhorar toda a parte de infraestrutura da rede de dados da administração. “Precisamos fazer um plano diretor para a modernização da área da tecnologia da informação da Prefeitura. Fazendo isso será possível aperfeiçoar a gestão de áreas importantes como a saúde, onde se gasta muito dinheiro e habitação onde se pode arrecadar mais. Isso sem aumentar imposto, só melhorando a eficiência do serviço prestado e o controle interno, no caso da saúde”.
Giuliano disse ainda que já está levantando informações sobre convênios para buscar recursos. “Vamos fazer uma boa gestão de projetos, desenvolver projetos de acordo com os convênios disponíveis, trabalhar dentro dos prazos e garantir recursos para a cidade”.