O vereador Azuaite França (PPS), em discurso na tribuna da Câmara Municipal nesta terça-feira (2), fez referência a um documento recebido pelos vereadores pelas redes sociais, no qual um munícipe afirma que a melhor maneira de resolver o problema da saúde pública de São Carlos é respeitar o trabalho do profissional de saúde. O documento citava o trabalho dos médicos da rede pública, que deixaram de atender em unidades da rede municipal por estar sem receber por serviços prestados ao município desde novembro do ano passado.
Azuaite mencionou as comemorações do Dia do Trabalho em todo o mundo neste dia 1º. de maio e comparou o que acontece com os médicos em São Carlos com o que ocorria na época da sociedade escravista. “Aquele que reconhece que o profissional trabalhou e não o paga, trata esse profissional como escravo”, disse. “Só falta alguém reconhecer que na dita Capital da Tecnologia a gente esteja admitindo tamanho retrocesso”.
Os médicos, na avaliação do parlamentar, exercem um direito legítimo ao se recusar a trabalhar porque sua força de trabalho não foi remunerada; “daí advém o direito de greve; quem iria trabalhar sem receber?”.
Ainda na tribuna da Câmara, Azuaite iniciou a leitura dos nomes de médicos (95) que estão nessa situação em São Carlos. “É preciso que neste país as pessoas se manifestem em defesa de sua dignidade; essa revolta não prejudica a saúde, prejudicar a saúde é não pagar, não cumprir com compromissos. Esta atitude vai além, mostra que no Brasil, se tiver indignação, vai longe e reconquista o seu verdadeiro espaço”.
Concluiu sua fala conclamando a administração municipal a resolver a “situação anômala” que a cidade enfrenta e que o setor está enfrentando atualmente.
EMERGÊNCIA NA SAÚDE
Nesta semana o vereador Azuaite protocolou na Câmara requerimentos solicitando informações da Prefeitura sobre a situação de emergência declarada na rede pública de saúde da cidade.
O vereador pergunta o que mudou no setor de saúde em 90 dias decorridos desde que a Secretaria Municipal de Saúde decretou estado de emergência na saúde do município, através do Decreto nº 15, do dia 19/01/2017.
Na proposição, ele solicita que o Executivo informe qual o diagnóstico para regularização do atendimento da rede municipal de saúde em curto, médio e longo prazo e aponte quais os setores mais deficitários, qual a demanda reprimida no número de consultas e quais foram intervenções realizadas durante os 90 dias. Quer informações também sobre o número de médicos que atendem na rede municipal de saúde (local de trabalho, carga horária, especialidade, data de admissão e regime de contratação), qual a demanda reprimida para contratação de médicos, tempo médio de espera por consultas no CEME (Centro Municipal de Especialidades) e na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Prado, além de lista com nome e horário dos médicos que atenderam na UPA do Cidade Aracy nos últimos 90 dias.