SÃO CARLOS | Azuaite avalia que São Carlos precisa ter plano antienchente de longo prazo

O vereador Azuaite Martins de França (PPS), falando na tribuna da Câmara na sessão desta terça-feira (27), afirmou que é preciso que São Carlos tenha um plano antienchente não de quatro anos, mas “um plano de estado que não se encerre no fim do mandato deste ou daquele prefeito, mas que continue pelos mandatos dos prefeitos subsequentes, um plano diretor de combate a enchentes”.

 A propósito do tema, declarou que  “temos que responsabilizar cada um dos governos anteriores por não terem feito um plano eficiente contra enchentes e iniciado as obras”. “A cidade das engenharias tem condições de escolher um plano que realmente solucione o problema”, afirmou, citando como o mais famoso especialista no assunto o professor Swami Marcondes Vilela. “Seria interessante ouvir o professor”, disse.

As chuvas que de tempos em tempos provocam estragos em São Carlos, conforme observou Azuaite, faz com que muitas pessoas clamem por providências. “Nesses momentos parece que todos os habitantes da cidade são técnicos e têm soluções”. Ele ressaltou que em 35 anos de vida pública presenciou oito administrações municipais – atualmente a 9ª. – “sem um plano conta enchentes e nós precisamos de apenas um, o melhor”.

O vereador citou o longo tempo de recuperação do rio Tâmisa, em Londres, que deixou de ter água potável em 1610 e cinquenta anos depois a peste bubônica matou cerca de 100 mil pessoas, uma doença gerada pela sujeira e a poluição do rio, que teve iniciada sua recuperação depois de outra epidemia, de cólera no século XIX. A construção de um sistema de captação e tratamento de esgoto levou 150 anos de investimento na despoluição do rio que hoje é limpo.

A referência foi feita para citar a importância de dar início a um plano de longo prazo para acabar com o tormento das enchentes em São Carlos. Ele destacou ter ouvido palpites sobre o custo de execução de um projeto de combate à enchente do córrego do Gregório da ordem de R$ 800 milhões. “Só o contrato com a São Carlos Ambiental, que é PPP não é de 150 anos, mas de 30 anos. Se nós estabelecêssemos um projeto para desenvolver em 30 anos ao custo de R$ 800 milhões teríamos um investimento de R$ 26 milhões ao ano, de R$ 2 milhões e 200 mil ao mês”.

“É muito para São Carlos? Não, não é muito porque o orçamento anual do município é de R$ 800 milhões; logo num projeto de 30 anos você investiria 1/30 do orçamento em obras contra enchentes, quando se sabe que a folha de pagamento em 2017 foi de R$ 361 milhões num ano”, acrescentou. “Veja quantas obra você precisaria fazer para atingir a folha de pagamento de São Carlos”. Azuaite ainda citou que no ano 2000 a Prefeitura tinha 2 200 funcionários, número que 18 anos depois saltou para 4 500. “Mais que o dobro e a cidade não dobrou a população, recuou no serviço oferecido à sua população, diminuiu a qualidade e não tem foco nem estratégia; somos uma nau sem rumo”, finalizou.