POLÍTICA | Portal Região em Destake conversa com pré-candidato tucano, João Doria

Foto: Paulo Melo

[Reportagem e fotos: Paulo Melo]

O ex-prefeito paulistano e pré-candidato ao governo do Estado de São Paulo, João Doria, visitou a cidade de Araraquara nesta sexta-feira, 26, onde se encontrou com prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais, simpatizantes e apoiadores de sua pré-campanha.

Araraquara foi a 16ª cidade visitada por Doria. O encontro aconteceu no Melusa Clube e reuniu os deputados estaduais Roberto Massafera, Cauê Macris e Marco Vinholi, bem como, os deputados federais Lobbe Neto e Macris. O deputado estadual Pedro Tobias, presidente estadual da legenda, e o atual ministro de Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, também esteve na comitiva. Em resumo, todos elogiaram o ex-prefeito e pediram o apoio das lideranças regionais à sua candidatura e também para a de Geraldo Alckmin, ao Palácio Planalto.

Em entrevista ao portal Região em Destake, Doria relatou que a geração de empregos é o maior problema do estado e do país. Ele relatou que é necessária uma política que promova a geração de emprego e de novas oportunidades, atraindo capital externo, valorizando as vocações regionais para a área industrial e as escolas técnicas.

Sobre a greve dos caminhoneiros, o tucano ressaltou que o governo federal precisa melhorar o diálogo com os setores de logística e com o setor empresarial para não ser pego de surpresa. Doria também afirmou que o governo estadual deveria estar mais preparado para que não houvesse a interrupção no transporte e no abastecimento.

Doria afirmou que pretende valorizar os aspectos industriais de agronegócio, serviços e tecnologia, da região central e também o ensino, que é forte gerador de mão de obra e de emprego.

Acompanhe a entrevista com o pré-candidato tucano:

Como o senhor está vendo essa manifestação dos caminhoneiros no país?

João Doria – É preciso extrair dessa manifestação um aprendizado. O governo federal precisa melhorar o diálogo com os setores de logística, entre os quais, os caminhoneiros, e melhorar também o diálogo com setor empresarial para não ser pego de surpresa. Essa greve e os efeitos dela surpreenderam o governo federal. O ideal é que pudesse ter havido uma administração preventiva e não em cima do problema. E também o próprio governo estadual deve estar mais preparado para esse diálogo e para oferecer soluções pragmáticas também para não haver a interrupção no transporte, no abastecimento. Houve um grande prejuízo generalizado, a começar da população, muitos perderam os seus dias de trabalho que não conseguiram transporte coletivo, outros deixaram de ter seus medicamentos no abastecimento que deixou de haver os postos de saúde, várias outras pessoas também tiveram prejudicado a sua renda: motorista de táxi, motoristas de aplicativos, pessoas que dependem do transporte de carga para fazerem a sua série diária, enfim, houve um grande prejuízo. É importante que isto sirva de referência para que não mais aconteça. Que tanto governo federal quanto o governo estadual possam administrar melhor o tema dos combustíveis e também do relacionamento com setores de transporte de carga no Brasil.

Qual é o problema mais urgente do Estado de São Paulo e como pretende enfrentá-lo?

João Doria – Geração de emprego. Esse é o maior problema de São Paulo e do Brasil. Nós temos ainda 13 milhões de desempregados e 7 milhões de subempregados. Só aqui no Estado de São Paulo são mais de 3 milhões de brasileiros desempregados, quase 2 milhões de brasileiros subempregados, portanto, na população do estado nós temos cinco milhões de pessoas em sofrimento. Precisamos ter uma política que promova a geração de emprego e a geração de oportunidades. Como fazer isso? Atraindo capital externo, valorizando as vocações das regiões do estado para a área industrial, área de comércio, área de serviço, tecnologia, ciência e saúde para, com isso, ampliar a oportunidade da geração de emprego. Vamos valorizar muito também as escolas técnicas, as Etec’s e Fatec’s, porque aqueles que estão ali formados, mesmo antes de concluir os seus cursos, já estão praticamente empregados. Os setores produtivos querem formação técnica de qualidade. Então esse será o investimento na área de educação profissionalizante que faremos à frente do governo de São Paulo.

Como o senhor avalia essa atual crise que o país está passando?

João Doria –  É uma crise pela qual o Brasil poderia não passar, mas a medida em que ela existe, tem que ser enfrentada. Nós não podemos desconsiderá-la, temos que enfrentá-la com diálogo e com determinação, com boas decisões, decisões acertadas, mas sempre esgotando tudo o que for possível no diálogo, sejam movimentos grevistas, movimentos que possam ser contrários a tese ou princípios de modernização do Estado, mas jamais desistir de operar aquilo que for necessário para melhorar a eficiência de governos, reduzir o seu tamanho para torná-lo no tamanho necessário e, com isso, torná-lo mais eficiente, mais produtivo para a população, principalmente, a população mais desfavorecidas do nosso Estado e do nosso país.

Quais os planos do João Doria para a região central do Estado?

João Doria –  Para essa região é valorizar os seus aspectos industriais de agronegócio, serviços e tecnologia. Valorizar o ensino, que é forte gerador de mão de obra e de emprego. Há muita oportunidade para novas universidades, faculdades, escolas técnicas e escolas de formação de mão de obra qualificada. Valorizar também o setor de saúde, que cresce exponencialmente e é um forte gerador de empregos, não só para médicos e enfermeiros, mas também para gestores e no agronegócio oferecer um apoio, cada vez mais, crescente para que as facilidades de logística de financiamento e de exportação sejam também potencializadas.

E na educação e segurança?

João Doria – Educação, segurança, saúde, habitação popular, transporte público e o atendimento à população em situação de rua e à população dependente química, serão prioridades do nosso governo. Acelera São Paulo.