
A paralisação nacional dos caminhoneiros entrou no seu 10º dia, nesta quarta-feira (30). O portal Região em Destake realizou uma enquete para saber a opinião de seus leitores acerca dessa manifestação.
Como resultado, 94% dos internautas participantes se declararam favorável ao movimento dos caminhoneiros em todo o país e 6% contrários.
Caminhoneiros continuam realizando protestos em rodovias do país. Há atos em pelo menos 14 estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo.
Em alguns estados, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as Forças Armadas desbloquearam trechos ocupados por caminhoneiros, como Pernambuco, Paraíba, Mato Grosso, Roraima e São Paulo. Na Rodovia Dutra, entre as cidades de Jacareí e Taubaté, em São Paulo, os policiais impedem que caminhões que queiram passar pelos bloqueios sejam barrados e também escoltam os que desejam abandonar o movimento.
O abastecimento de combustível começou a voltar ao normal em algumas cidades do país. Em Salvador, motoristas quase não encontram mais filas para abastecer. Em outras capitais, como Florianópolis e Recife, ainda há muita espera para chegar até a bomba de combustível. Em Porto Alegre, o tamanho das filas já era menor no início da manhã.
O que pedem os caminhoneiros?
Após sucessivos reajustes no preço dos combustíveis, os caminhoneiros passaram a reivindicar o fim definitivo da cobrança do imposto PIS/Cofins sobre o insumo, além do eliminação da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre o diesel.
Os caminhoneiros pedem também mudanças na política de reajuste dos combustíveis da Petrobras, o que já foi descartado pelo presidente da estatal Pedro Parente.
A nova política de reajustes, adotada pela Petrobras em julho do ano passado, determina que os valores dos combustíveis sofram alterações diárias que acompanhem a cotação internacional do petróleo e a variação do câmbio.
Como o dólar e o preço do óleo em trajetórias ascendentes, segundo a Agência Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis (ANP), o preço médio do diesel nas bombas acumula alta de 8% no ano. O valor está acima da inflação acumulada no ano de 0,92%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A atual política de preços da Petrobras é aplaudida por investidores por acompanhar o padrão adotado em alguns países. Alterá-la agora seria interpretado como intervenção do governo na estatal.