
“Indígena não merece viver”, teria dito um dos agressores. Secretária Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Sandra Terena, esteve em São Carlos para acompanhar o caso
Representando a ministra Damares Alves, a secretária nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Sandra Terena, esteve em São Carlos nesta segunda-feira (18) para acompanhar o caso do indígena que teve o braço amputado após ser agredido por três homens em janeiro.
A integrante do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos foi até o Segundo Distrito Policial entregar denúncia recebida pelo Disque 100, o Disque Direitos Humanos, que diz respeito à tortura e espancamento contra o indígena da etnia Pareci.
Em entrevista, a secretária afirmou que foi até a delegacia com a intenção de levar informações ao delegado de que as agressões foram motivadas por racismo. “As informações que nós trouxemos é de que houve sim um recorte étnico racial muito grave durante as agressões que a vítima sofreu. Agressões do tipo como indígena não merece viver. Um depoimento muito forte que mostra o racismo”, afirmou Terena.
Por conta disso, explicou que a intenção do governo é garantir que o caso não fique impune e também dar segurança ao indígena. Sandra Terena também disse que um dos agressores já prestou depoimento ao delegado. Após sair da delegacia, ela foi até o hospital visitar a vítima.
O caso foi registrado como lesão corporal e foi instaurado um inquérito policial para apurar os fatos.
Entenda
A Polícia Civil de São Carlos investiga uma agressão a um ajudante de serralheiro, de 39 anos, que está internado na Santa Casa e precisou ter o braço direito amputado. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP), o homem indígena foi espancado por três homens após uma discussão em um bar.
O caso aconteceu no dia 18 de janeiro, mas só foi registrado na terça-feira (12) após uma denúncia anônima. Um relato sobre o caso com fotos do homem com o braço ferido e depois já amputado foi postado nas redes sociais, nesta sexta-feira (15), e teve centenas de compartilhamentos.
Policiais civis foram até o hospital e o ajudante de serralheiro relatou que no dia da agressão, após o trabalho, foi a um bar com um homem ainda não identificado, na Rua Coronel Leopoldo Prado, no Jardim Cruzeiro do Sul. No local, ocorreu uma discussão entre eles e o homem acusou o ajudante de ter furtado R$ 100 dele.
Ainda segundo o boletim de ocorrência, o homem saiu do bar e em seguida voltou com mais dois indivíduos que iniciaram novamente uma discussão e começaram a agredir a vítima. Os 3 suspeitos levaram o homem em seu carro até uma comunidade e continuaram a violência.
Em seguida, o levaram para a casa dele com a intenção de obter algo de valor, mas não conseguiram. O ajudante foi abandonado ferido na região de um conjunto habitacional e procurou socorro, sendo atendido em uma Unidade de Pronto-Atendimento e encaminhado para a Santa Casa. O G1 São Carlos e Araraquara entrou em contato com familiares do homem, mas eles preferiram não se manifestar sobre o assunto.
Em nota, a assessoria de imprensa da Santa Casa informou que o homem está internado no hospital desde o dia 25 de janeiro. “O quadro clínico dele é estável, mas inspira cuidados. Ele aguarda a autorização clínica da ortopedia para uma nova cirurgia”, informou no comunicado.
[Por ACidade On – São Carlos]