IBATÉ | Polícia Militar prende ex-policial condenado a 22 anos pelo sequestro do enteado de Marcola

A Polícia Militar de Ibaté prendeu na tarde desta terça-feira, 09, um ex-policial civil, que estava foragido da Justiça, após ser condenado em 07 de abril de 2015, a 22 anos de prisão pelo sequestro de Rodrigo Olivetto de Morais – enteado de Marcola, apontado pela polícia e Ministério Público como líder máximo da facção PCC (Primeiro Comando da Capital) – um dos criminosos mais procurados do Estado de São Paulo.

Policiais militares realizavam patrulhamento pela rua Visconde de Pelotas, quando avistaram o ex-policial em atitude suspeita, no portão de uma residência. Ao perceber a aproximação da viatura policial, o mesmo adentrou a casa. A equipe, composta pelos cabos Bortolozzo e Fábio, resolveu chamar e o homem atendeu. Ao pesquisar seus dados, foi constatado que ele era procurado pela Justiça.

Diante dos fatos, o ex-policial civil foi conduzido até a Delegacia de Polícia Civil de Ibaté e, posteriormente, recolhido ao centro de triagem da cadeia pública de São Carlos.

O caso

O enteado de Marcola foi levado para a Delegacia Central de Suzano. Os ex-policiais o espancaram, o ameaçaram e exigiram R$ 1 milhão para não prendê-lo sob a falsa acusação de tráfico de drogas.

O PCC pagou R$ 300 mil e Rodrigo foi solto. Os ex-policiais também foram condenados por terem recebido, em abril de 2006, R$ 40 mil de propina para facilitar a fuga do traficante de drogas Gilmar da Hora Lisboa, o Pebinha.

O plano, no entanto, foi descoberto e o preso acabou removido às pressas para outra unidade. Como represália contra a não libertação de Pebinha, o PCC ordenou um ataque à Delegacia de Suzano. A Polícia Civil foi avisada sobre a ação, se antecipou e quatro integrantes do PCC foram mortos durante o atentado à sede policial.

Na manhã seguinte, como vingança, o PCC matou dois carcereiros e o amigo de um deles em uma feira livre em Suzano, não muito longe da Delegacia Central da cidade. Autoridades e especialistas em segurança pública afirmam que as extorsões contra os integrantes do PCC foram o estopim para os ataques em maio de 2006 contra as forças policiais em São Paulo, comandados pela facção criminosa.

Entre os dias 12 e 20 de maio, o PCC comandou rebeliões em 74 unidades prisionais e paralisou São Paulo, matando 43 agentes públicos. No mesmo período, 493 pessoas foram assassinadas no Estado, a grande maioria morta por policiais. Foi a maior crise da história na segurança pública do Estado.

Em 7 de abril deste ano, a Justiça condenou e decretou a prisão de Peña e de Araújo. No último dia 30, o Tribunal de Justiça concedeu habeas corpus a favor de Araújo. Ele foi solto.