
Faleceu nesta quarta-feira de Natal, 25 de dezembro, a pequena Luna de Sousa Camacho, com apenas dois aninhos de idade.
Luna foi internada no Hospital de Amor em Barretos, onde fazia tratamento de um tumor agressivo no rim. Ela residia com os papais Jaqueline Cristina de Souza Camacho (dona de casa) e Reginaldo José Angelotti Camacho, e os irmãozinhos Luigi (6 anos) e Lorenzo (8 anos), no Condomínio Terra Nova.
O corpo da pequena será trasladado para a cidade de São Carlos e o sepultamento acontece nesta quinta-feira, 26, às 10h15, no Cemitério Municipal Nossa Senhora do Carmo.
Descoberta da doença
A vida da família mudou radicalmente a partir do dia 11 de outubro, quando o pai Reginaldo e Jaqueline, acompanhado de Luna foram até a UPA Santa Felícia e após exames, a bebê foi encaminhada para a pediatria do Hospital Escola. Após um ultrassom, os médicos acharam estranho o volume abdominal em Luna e foram em busca de alternativas médicas em Ribeirão Preto e Barretos. “Foi uma percepção. A Luna não sente dores e o tumor está no início, não chegou a se manifestar”, relatou Reginaldo.
No dia 13 de outubro, em Barretos, após tomografia, foi constatado neuroblastoma suprarrenal, um câncer maligno e agressivo. Após os tratamentos iniciais, Luna iniciou as sessões de quimioterapia e exames. “Este tratamento é para diminuir a massa e para que ela possa ser operada e as células cancerígenas serem retiradas pela raiz. Enfim, acabar com o mal que acomete a nossa filha”, disse o emocionado pai na época.
Uma campanha tinha sido lançada para ajudar a buscar ajuda junto a sociedade são-carlense. “Não temos como bancar tudo. Foi um triste imprevisto. Necessitamos de recursos para bancar o aluguel de minha esposa e filha em Barretos e para as viagens”, afirmara o papai.
O que é a doença?
Neuroblastoma é um tipo de câncer que se desenvolve principalmente em crianças com menos de cinco anos de idade. Ele nasce a partir das células nervosas em várias partes do corpo, como pescoço, tórax, abdômen ou pélvis, mas é mais comum nos tecidos da glândula suprarrenal.
Algumas formas de neuroblastoma podem sumir sozinhas, enquanto outras necessitam de múltiplos tratamentos. De acordo com dados do Instituto de Tratamento do Câncer Infantil, em São Paulo, o neuroblastoma representa 7,8% de todos os tipos de câncer em crianças com menos de 15 anos de idade, sendo que cerca de 97% deles ocorrem nos recém nascidos ou em crianças muito novas. Muitas vezes o neuroblastoma já está presente no nascimento.
Esse tipo de câncer é extremamente raro após os 14 anos e, muitas vezes, quando diagnosticado, ele já fez metástase para outros órgãos, como os pulmões, ossos, medula óssea, fígado e linfonodos.
No geral o câncer começa com uma mutação genética que permite que as células normais e saudáveis continuem crescendo e se multiplicando sem responder aos sinais de parar, ficando fora de controle. O acúmulo destas células forma uma massa, o tumor.
No caso do neuroblastoma, o câncer se inicia nos neuroblastos, que são células nervosas imaturas, que fazem parte do desenvolvimento do feto. Com o tempo, os neuroblastos se transformam em células nervosas, fibrosas e naquelas que compões as glândulas suprarrenais. A maioria dos neuroblastos já estão maduros na época do nascimento, contudo, uma parte pode ser encontrada em recém nascidos. Sendo que normalmente eles amadurecem ou desaparecem com o tempo, alguns, entretanto, acabam virando uma forma de tumor.
Ainda não está claro para os médicos e pesquisadores qual é a causa inicial da mutação genética que leva ao neuroblastoma.
Na maioria das vezes a causa do neuroblastoma nunca é identificada, então é difícil dizer quais são os fatores que aumentam o risco de desenvolver a doença. Contudo, quando há histórico familiar de neuroblastoma, a criança pode ser mais suscetível ao câncer, apesar de apenas um pequeno número dos casos totais da doença corresponderem a esse cenário.