SÃO CARLOS | Defensoria reúne entidades para discutir atendimento a pessoas com deficiência intelectual
APAE, Acorde e ONG Azul se reuniram em São Carlos nesta quinta-feira (23) com a Defensoria Pública do Estado de São Paulo. O encontro é o primeiro de uma série que pretende encontrar alternativas para o atendimento de crianças com deficiência intelectual. Representantes do Conselho Municipal da Criança e Adolescente, Conselho Tutelar, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Câmara Municipal também participaram.
“O Estado e o município têm atendimento, mas ainda é ineficiente. Temos muitas demandas neste tema e precisamos nos mobilizar”, explica o defensor Jonas Zoli Segura. “A intenção é pensarmos alternativas à judicialização, além de aproximarmos os diversos setores do município”, frisa.
São Carlos não tem uma unidade pública para atender esse público, formado por pessoas com deficiência intelectual, associado ou não a outras deficiências, e os portadores do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A APAE atende 630 pessoas, enquanto outras 230 estão na fila de espera. A ONG Azul atende 45 alunos, e tem 160 na fila de espera. Já a Acorde atenderá, a partir de fevereiro, 160 alunos, outros 40 aguardam uma vaga. Não existe um cadastro único em São Carlos.
Problema mais grave do que o atendimento é o diagnóstico, que não é realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em São Carlos. O município não tem uma equipe multidisciplinar com psicólogos, psicopedagogos, psiquiatras, fonoaudiólogos e neurologistas. A APAE é a única entidade com equipe de avaliação. A fila de espera para o diagnóstico é para 2021.
“É extremamente necessário que este esforço da Defensoria resulte em um melhor atendimento”, salienta o vereador Roselei Françoso (REDE) que acompanha as discussões. Em São Carlos, a Lei 17.083/14 do ex-vereador Lineu Navarro (PT) cria o Programa de Prognóstico, Diagnóstico e Acompanhamento do TEA na Rede Municipal de Educação. “Até hoje não foi implantada, vamos acionar a Prefeitura para entender onde estão os entraves”, salienta Roselei.