IBATÉ | No Dia Mundial das Doenças Raras, mãe compartilha experiência em rede social

Dia 29 de fevereiro é o Dia Mundial das Doenças Raras. Aproveitando o dia, a ibateense Rhozana Diniz Menzani, mãe do garotinho Enzo Menzani [que faleceu no dia 10 de dezembro do ano passado por conta de uma doença rara chamada Adrenoleucodistrofia], utilizou sua página no Facebook para compartilhar a triste experiência que terminou com a morte do seu filho.

“Enzo era portador de ALD. Aos 02 anos de idade foi diagnosticado, equivocadamente, com autismo e por falta de uma ressonância magnética de crânio, não foi visto o início da doença. Aos 06 anos, ela começou a se manifestar, perda da visão, do caminhar e da deglutição. Logo, em internação domiciliar por decisão judicial, foi induzido ao sono para não sofrer tanto os efeitos da doença. Foram mais de 200 crises convulsivas de vários tipos e com qualidade de vida, suportou por 03 anos. Enzo deixou um legado que nem tudo é autismo. À você pai e mãe, que está lendo essa publicação, se atente aos sinais, não ouça só um especialista, investigue e, acima de tudo, aceite o diagnóstico do seu filho e lute pelos direitos dele”, alertou Rhozana.

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A Adrenoleucodistrofia (ALD), também conhecida como Doença de Lorenzo, acomete o sistema nervoso central e as glândulas adrenais (suprarrenais). Tais glândulas se localizam acima dos rins e são fundamentais para a liberação de importantes hormônios.

A doença acomete majoritariamente os homens e possui níveis de gravidade diferentes, de acordo com a idade em que se manifesta.

Causa

A ALD é uma doença genética hereditária recessiva, ligada ao cromossomo X (feminino). A mãe que é portadora da doença tem 50% de chance de ter um filho que desenvolva os sintomas.

Sinais e Sintomas

O paciente de Adrenoleucodistrofia começa a manifestar os sintomas da doença ao perder a capacidade de realizar movimentos, falar, e se alimentar. Surgem ainda problemas de visão, como o estrabismo.

Na ALD neonatal, tanto meninos quanto meninas podem ser afetados. A doença ocorre nos primeiros meses de vida e pode provocar convulsões, deformações faciais e retardo mental.

Já a ALD clássica ou infantil é considerada a forma mais grave da doença. Tal modalidade da doença surge entre os 4 e os 10 anos, provocando demência severa, perda de visão, da audição e da fala.

A ALD adulta surge no final da adolescência ou início da vida adulta e pode ser controlada por décadas. Ela provoca, entre outros sintomas, disfunção erétil e incontinência urinária.

Há ainda a ALD entre mulheres, que é ainda mais rara, e mais branda. Provoca perda de equilíbrio e coordenação, além de fraqueza nas pernas.

Tratamento

Ainda não existe cura para a Adrenoleucodistrofia. Um tratamento consagrado para amenizar os efeitos da doença é a administração do Óleo de Lorenzo, criado pelo pai de um paciente. A história gerou um filme com o mesmo nome (Lorenzo’s Oil, em inglês). Trata-se de um composto de azeites introduzido na dieta.

A administração de hormônios também é usada para amenizar o avanço. Já o transplante de medula óssea pode ser indicado em alguns casos, de diagnóstico precoce.

Que especialista procurar?

Geneticista, pediatra, endocrinologista e neurologista.

O diagnóstico precoce ,salva vidas!

Enzo Diniz Menzani
☆21/07/2010
♧10/12/2019