PANDEMIA | Bolsonaro afirma que falta “humildade” ao seu ministro Luiz Henrique Mandetta

Durante uma entrevista exclusiva ao programa Pingos nos Is, da rádio Jovem Pan, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que falta humildade ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a respeito da pandemia do novo coronavírus.

Bolsonaro ressaltou que não pretende demiti-lo “no meio da guerra” e lembrou que ninguém é “indemissível” em seu governo. “Já mandei seis ou sete embora, por questões que não convém citar aqui. Espero que ele vença essa guerra e a gente possa comemorar todos juntos”, comentou.

As afirmações do presidente demonstram a sua insatisfação por estar sendo, publicamente, contrariado pelo seu ministro da Saúde. Enquanto Bolsonaro defende a flexibilização das medidas de fechamento de escolas e do comércio para mitigar os efeitos na economia do país, permitindo que jovens voltem ao trabalho, Mandetta tem mantido a orientação para as pessoas ficarem em casa.

“O Mandetta já sabe que a gente anda se bicando há algum tempo. Eu não pretendo demitir o ministro no meio da guerra. Agora, ele é uma pessoa que em algum momento extrapolou. Eu sempre respeitei todos os ministros, o Mandetta também. Ele montou o ministério de acordo com sua vontade. Eu espero que ele dê conta do recado”, afirmou o presidente na Jovem Pan.

Bolsonaro deixou claro que suas declarações não são uma ameaça ao ministro. Ele reclamou que Mandetta deveria ouvi-lo mais. “Não é nenhuma ameaça ao Mandetta não. Se ele sair bem, nenhum problema, mas nenhum ministro meu é indemissível. Todo mundo pode ser demitido, como cinco ou seis já foram embora. Eu acho que o Mandetta deveria ouvir um pouco mais o presidente da República”, afirmou.

O presidente desejou “boa sorte” a Mandetta e ressaltou que também tem atuado para equilibrar as decisões do Ministério da Saúde e do Ministério da Economia para que não há conflito entre as duas pastas. “Não tem nenhum problema com o Paulo Guedes [ministro da Economia], mas o Mandetta quer fazer vale muito a vontade dele. Pode ser que ele esteja certo, mas está faltando um pouco de humildade para conduzir o Brasil nesse momento difícil e que precisamos dele para vencer essa batalha com o menor número de mortos possível”, disse.