GERAL | Coral “Eu Canto Minha África” atrai atenção da imprensa

Grupo fará apresentações inéditas durante toda a Semana da Consciência Negra

Logo após as eleições, entre os dias 16 e 20 de novembro, o coral infantojuvenil “Eu canto minha África”, formado por crianças, adolescentes e jovens, negros e afrodescendentes da cidade de São Carlos, interior de São Paulo, promete agitar a internet. O grupo se prepara desde março para apresentar músicas cantadas em português e dialetos africanos.

“Por conta da pandemia e do isolamento social, tivemos que adaptar o formato do que seria uma apresentação ao vivo para vídeos na internet”, explica a cantora e regente do coral Nara Dom.

A mudança, que antes parecia ser uma dificuldade, agora é vista como algo inusitado e vem despertando o interesse da imprensa local.

“Nosso cronograma foi todo refeito, as aulas de canto e a percussão foram feitas pela internet, chegamos nas casas das crianças e acabamos envolvendo toda a família. Talvez isso seja o que mais está chamando a atenção dos veículos de imprensa. Já recebemos a visita de emissoras de televisão, estações de rádio e de jornais, tanto impresso como digitais”, aponta Dnize Castro, produtora cultural e idealizadora do projeto.

As 16 crianças, com idades de 6 a 17 anos, gravaram cinco vídeos que serão disponibilizados para o público no YouTube e no Instagram, um a cada dia da semana da celebração da Consciência Negra.

“Gravar todas as vozes e fazer a mixagem foi um desafio. O resultado final nos surpreendeu, conseguimos uma sonoridade muito boa, tudo se encaixou como uma luva. A qualidade do áudio é ótima e as pessoas poderão guardar para ouvir no carro, em casa ou no celular, basta baixar os arquivos da internet”, lembra o músico e percussionista Felipe Côrtes, que assumiu a produção musical das canções.

Os vídeos, que poderão ser acessados pelas plataformas do youtube e instagram, terão os links disponíveis no site DCastro Produções, com livre acesso para reprodução da imprensa.

O projeto conta ainda com a participação de Dagoberto João Cavaleiro na cenografia, Luciane Sant’Ana nos figurinos e adereços, André Luís Ferreira na fotografia, Adriana Nagasako como assessora de imprensa, Camila Mendes como designer gráfica, Gil Arruda como hair design, Eder Slim na execução em grafite, Gercilene Azevedo da Cunha como assistente de produção, Luana di Pires na captação de imagens e edição e Nívia Alves de França como proponente. 

O coral de São Carlos foi um dos premiados pelo Governo do Estado de São Paulo através da Secretaria de Cultura e Economia Criativa com o prêmio PROAC Editais.

O coral conta também com apoio institucional da Prefeitura Municipal de São Carlos através da Secretaria Municipal de Cidadania, do Centro Municipal de Cultura Afro-Brasileira de São Carlos e da Secretaria Municipal de Educação. O projeto conta também com o apoio cultural do Cemac – Centro Municipal de Artes e Cultura.

OLHOS COLORIDOS

Macau, autor da música que ficou nacionalmente conhecida na voz de Sandra de Sá, cedeu os direitos de gravação para o coral “Eu Canto Minha África”. O vídeo da canção será o último a ser colocado nas plataformas, justamente no dia 20 de novembro, dia da celebração de Zumbi de Palmares, líder do quilombo de Palmares e personagem que lutou contra o racismo.

A música é um relato pessoal do compositor, que na década de 1970, foi preso e humilhado por policiais por conta de sua cor de pele e de seus cabelos. A música é considerada um símbolo da luta contra o preconceito racial no Brasil e diz em um de seus versos: “A verdade é que você (todo brasileiro) tem sangue crioulo…”, abrindo um caminho para a reflexão e a consciência da negritude que forma o país. 

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