SÃO CARLOS | Campanha Janeiro Roxo alerta sobre hanseníase

A Secretaria Municipal de Saúde de São Carlos, por meio do Centro de Atendimento de Infecções Crônicas “Ana Claudia Lucato Cianflone” (CAIC), deu início neste mês, a Campanha Educativa Contra a Hanseníase “Janeiro Roxo”. No município de São Carlos e região, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), no período de 2006 a 2018 foram diagnosticados 71 novos casos da doença.

A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen. Antigamente conhecida como lepra, foi identificada em 1873, pelo cientista norueguês Armauer Hansen. É uma das doenças mais antigas descritas, com registro de casos há mais de 4000 anos, no Egito, China e Índia. Sendo assim, a doença passou a ser chamada de hanseníase a partir de 1976, justamente para o rompimento de histórico de preconceito e exclusão social.

Atualmente, o Brasil é o segundo em número de casos no mundo, precedido no ranking pela Índia e seguido por diversos países menos desenvolvidos, e com superpopulação. Em 2019, foram registrados 23.612 casos novos de hanseníase no Brasil, sendo 1.319 (5,6%) em menores de 15 anos. A transmissão do bacilo de Hansen ocorre por meio de gotículas de saliva e secreções nasais de paciente com forma transmissora não tratada, após convivência muito próxima e prolongada, geralmente na mesma residência. Sabe-se que tocar a pele do paciente não transmite hanseníase.

De acordo com a enfermeira do CAIC, Cintia Martins Ruggiero, a suspeita é feita pelo próprio paciente e pela equipe de saúde, sendo o diagnóstico constatado por um médico que envolve uma avaliação clínica, dermatológica e neurológica do paciente por meio de testes de sensibilidade, palpação de nervos e avaliação de força motora. “É uma doença que acomete principalmente a pele e os nervos periféricos e demora de 2 a 7 anos, ou mais, para o aparecimento dos primeiros sintomas. Pedimos a atenção aos sinais e sintomas”, alertou o a enfermeira.

Uma ou mais manchas esbranquiçadas, avermelhadas, amarronzadas em qualquer parte do corpo, com diminuição ou perda de sensibilidade ao calor, à dor, e ao tato. A pessoa se queima e se machuca sem perceber. Caroços e inchaços no corpo, em alguns casos avermelhados e doloridos, e agulhadas ao longo de nervos de braços, mãos, pernas e pés. Áreas da pele com diminuição dos pelos e do suor, são os principais sintomas da doença.

A Hanseníase tem cura, o tratamento é feito com antibióticos específicos, que vêm na forma de cartelas ou cápsulas para uso oral fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, são necessários cuidados com olhos, mãos, pés para prevenção de machucados. Hoje, em todo o mundo, o tratamento é oferecido gratuitamente, visando erradicar a doença.

Com o tema “A Hanseníase é negligenciada, mas a saúde não!” A Sociedade Brasileira de Dermatologia dá início à Campanha de Conscientização sobre a Hanseníase de 2021, sendo o ápice da campanha Janeiro Roxo, no dia 28 de janeiro, dia institucionalizado no Brasil como Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase.

Em São Carlos, a campanha é realizada pelo Centro de Atendimento de Infecções Crônicas (CAIC), localizado na avenida São Carlos, 3.392, no Tijuco Preto. Os agendamentos podem ser feitos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS´s) e Unidades de Saúde da Família (USF´s), com os retornos marcados no CAIC após a consulta.