A representação pede decisão urgente para frear às contaminações na cidade
Lockdown agora. Este é o teor da representação protocolada junto ao Ministério Público do Estado de São Paulo, nesta quinta-feira, 25, assinada pela deputada estadual Márcia Lia, a vereadora Raquel Auxiliadora, o PT e a Subsede da CUT São Carlos.
O documento destaca que a situação na cidade é de descontrole da pandemia, levando o sistema de saúde ao colapso. Na tarde de quinta-feira a Santa Casa deixou de receber pacientes com Covid-19 por falta de medicamentos para atender nas UTIs.
De acordo com Raquel, o prefeito municipal continua colocando a responsabilidade no governo do Estado, na região, e agora na população. “Cada dia de espera é uma eternidade para o enfrentamento da pandemia. A tomada de ação é urgente. Precisamos responsabilizar a gestão municipal pela omissão na tomada dessas medidas e pelo genocídio que acontecerá em nossa cidade nos próximos dias”.
O fundamento da representação é a necessidade de medidas urgentes diante da falta de medicamentos, como anestésicos, a completa lotação de leitos disponíveis para pacientes com a Covid-19 na cidade e a falta de iniciativas concretas do Executivo municipal como forma eficaz de reduzir o número de contaminações. Ainda, o documento relata a demissão de mais de 20 profissionais de saúde, na Santa Casa.
“Estamos acompanhando esse drama vivido pela população de São Carlos e, diante da impossibilidade de tratamento das pessoas doentes, vimos como medida emergencial e eficaz o lockdown total”, afirma a deputada Márcia Lia, ao citar o exemplo de Araraquara, que conseguiu reduzir a 7% as contaminações um mês após o fechamento total do comércio por uma semana.
São Carlos registrou, no último domingo, quatro mortes por Covid-19, sendo 20 óbitos na última semana. No dia 24, mais duas mortes foram confirmadas em decorrência do novo coronavírus. Só na Santa Casa, de acordo com o boletim da própria instituição, há 72 pacientes internados com Covid-19 e 710 pacientes confirmados que realizaram os testes no hospital.
“O grito de socorro das unidades de saúde e especificamente da nossa Santa Casa é claro e não há qualquer iniciativa do poder público. Esperamos sensibilizar o MP diante da morte de muitas pessoas na cidade. Sem a redução de casos, nosso sistema de saúde não consegue dar respostas e o número de infectados e mortos só vai aumentar. Por isso representamos ao MP, para salvar vidas, que é o que mais importa neste momento”, finaliza a vereadora Raquel Auxiliadora.