SÃO CARLOS | Palacete Conde do Pinhal vai abrir Espaço Cultural após restauração

A secretária de Educação, professora Wanda Hoffmann, acompanhada do secretário de Segurança Pública, Samir Gardini, recebeu na manhã desta quarta-feira (04/08), no Palacete Conde do Pinhal, o presidente da Câmara Municipal, Roselei Françoso e o vereador Marquinho Amaral. Na pauta do encontro a situação do prédio histórico, tombado pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico).

Em 2017 o prédio passou por pequena reforma, com a instalação de forro de gesso e a colocação de luminárias, para abrigar o Centro de Formação de Profissionais da Educação (CeFPE), coordenado pela Secretaria Municipal de Educação, porém devido a pandemia do novo coronavírus, o local permanece fechado desde março de 2020, já que as capacitações passaram a ser remotas.

O diretor da Defesa Civil, Pedro Caballero, disse aos vereadores que foram feitos dois relatórios sobre a situação do palacete. “Temos um relatório de 2019 e outro de 2020. Foi constatado que há problemas de manutenção no telhado, especificamente infiltração, no setor leste da edificação. A infiltração no telhado provocou problemas estruturais nele e no forro também. Ainda há infiltração nas paredes externas por causa de trincas e rachaduras, além de decomposição no reboco e na pintura. Como é um prédio tombado todo esse serviço se torna mais difícil de fazer tanto pelos recursos como pelas autorizações necessárias”, avaliou o diretor da Defesa Civil.

Wanda Hoffmann, secretária de Educação, afirmou aos vereadores que em janeiro de 2021 tomou conhecimento que o piso superior do Palacete Conde do Pinhal estava interditado pela Defesa Civil por problemas no telhado, no forro e nas paredes, transferindo imediatamente a única servidora que ficava no local para atuar presencialmente no prédio da Secretaria já que os demais servidores já estavam em trabalho remoto devido a pandemia da Covid-19. Também disse que imediatamente solicitou à Fundação Pró-Memória um parecer no qual constam as necessidades de reforma e restauro. “É importante que a gente preserve. E essa preservação precisará de um monitoramento contínuo e uma busca permanente de recursos para que isso aconteça. Aqui não há condições de ser um Centro de Formação de Professores, tanto que nós já estamos planejando e indicando um outro local quando houver o retorno presencial. Nossa perspectiva é de que este espaço se transforme em um espaço de cultura e de conhecimento. E é claro que ele só poderá ser aberto à população quando a gente tiver a restauração. Para dar andamento aos trâmites de restauro estamos pedindo ajuda ao deputado Herculano Passos, que tem atuação na área de Turismo e comprometeu-se a ajudar na busca de recursos”, finalizou Wanda Hoffmann.

Já o vereador Marquinho Amaral, autor das denúncias na tribuna da Câmara, se colocou à disposição para ajudar na busca de recursos para que a situação seja brevemente resolvida. “É inadmissível que um prédio histórico, que faz parte da fundação e da história da cidade de São Carlos, que já abrigou a primeira Câmara Municipal, abrigou várias gestões de prefeitos, abrigou a própria Secretaria de Educação, permaneça nessa situação”.

“É um prédio histórico e que tem problemas crônicos para serem resolvidos. Problemas que vêm já de alguma data e que precisam ser solucionados. Estamos todos aqui, hoje, para juntos tentarmos buscar recursos para viabilizar essas melhorias e esse cuidado. Eu conheço esse prédio há algum tempo porque já trabalhei aqui e à época já havia problemas estruturais. A última restauração nesse local foi no governo do prefeito Dagnone de Melo. A situação, portanto, se agravou e a gente precisa eliminar os problemas, tudo será resolvido com o compromisso político da cidade a bem da preservação histórica, cultural e artística”, ressaltou o presidente da Câmara Municipal, vereador Roselei Françoso.

A arquiteta da Fundação Pró-Memória, Mariana Lucchino, avaliou que de forma emergencial, é necessário sanar a infiltração que vem do telhado. “Toda a estrutura do telhado, como telhas e calhas principalmente. Existem muitas árvores que crescem nas paredes externas do prédio, o que acaba comprometendo a estrutura. O CONDEPHAAT fiscaliza, mas não libera recursos para restauração. Isso deve ser feito com recursos próprios ou através de emendas. Por ser histórico, exige o trabalho minucioso de restauro de uma equipe multidisciplinar e, por isso, custa bem mais do que uma reforma normal”, explica a arquiteta.