O câncer de pulmão é o segundo tipo de câncer mais comum no Brasil, contabilizando 30.200 novos casos em 2020 de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), sendo 17.760 homens e 12.440 mulheres. Sendo o mais comum no mundo, em última estimativa global (2012) somaram-se mais de 1,8 milhão de novos casos de câncer no pulmão.
De acordo com o Registro Hospitalar de Câncer (RHC) do Hospital Amaral Carvalho (HAC), um departamento que coleta, processa e analisa as informações de novos pacientes, a unidade registra, em média, 6.612 novos casos de câncer por ano. Destes, 264 (4% do total de novos casos) correspondem aos casos de câncer de pulmão. Ainda segundo o RHC, no período de 2016 a 2020, a proporção dos casos em homens foi de 59,0% e entre as mulheres, 41,0%. Ou seja: de cada dez casos registrados, praticamente seis eram de homens e quatro de mulheres. Já a média de idade, considerando ambos os sexos, foi de 65 anos.
Um dado que preocupa é que, segundo o INCA, no Brasil apenas 16% dos casos de câncer de pulmão são diagnosticados em estágio inicial. No HAC, a situação é ainda mais preocupante: dos casos que chegaram para tratamento, durante o período de 2016 a 2020, apenas 8,9% se apresentaram ainda no início da doença. Esses últimos dados evidenciam a necessidade da detecção precoce de sintomas e o acesso da população às campanhas de prevenção.
Fatores de risco
Com a maior taxa de mortalidade (dos 30.200 novos casos de câncer de pulmão no Brasil em 2020, 28.620 faleceram, segundo dados do Atlas de Mortalidade por Câncer), o tabagismo é o principal fator de risco para o desenvolvimento de câncer no pulmão, responsável por 85% dos diagnósticos.
Outros fatores de risco para a doença são, de acordo com o INCA, o Nacional Cancer Institute e o Centers for Disease Control and Prevention: exposição à poluição do ar, fatores genéticos e histórico familiar, exposição ao fumo passivo e infecções pulmonares de repetição.
Profissionais que trabalham expostos a agentes que interferem no ar e na qualidade respiratória também possuem maior incidência ao câncer de pulmão, como amianto, cromo, níquel, arsênico, fuligem e alcatrão.
Passar por tratamento com radioterapia na mama ou no tórax pode aumentar os fatores de risco de câncer no pulmão, além de sobrevivemos desta doença, que podem desenvolvê-la novamente, principalmente se é fumante.
Sintomas e diagnóstico
A percepção precoce dos sintomas pode levar ao diagnóstico do câncer em sua fase inicial, aumentando a probabilidade de tratamento bem sucedido.
Os principais sinais são: tosse persistente, secreção com sangue pelas vias respiratórias, dor no peito, rouquidão, dificuldade de respirar e cansaço persistente, perda de peso e de apetite.
A partir da identificação dos principais sintomas, a investigação para o possível diagnóstico começa pelo raio-X do tórax, seguido de tomografia.
Detectado tumor, passa-se pela broncoscopia, uma endoscopia respiratória que permite a realização da biópsia (retirada de um pequeno pedaço do tumor para a realização do exame laboratorial). A partir deste momento, são realizados diversos exames para a avaliação do estágio de evolução.
Tratamento
O Hospital Amaral Carvalho (HAC) realiza tratamento completo para câncer de pulmão. Um grupo multidisciplinar é responsável por todas as etapas e geralmente incluem especialistas como oncologista, pneumologista, radioterapeuta, médico nuclear, cirurgião torácico, enfermeiro e fisioterapeuta.
A modalidade de tratamento é específica, considerando cada caso e estágio da doença, podendo ser cirúrgico, com quimioterapia e radioterapia, sendo combinados de acordo com cada caso.
Prevenção
Por estar fortemente atrelada ao hábito de fumar, a morte por câncer de pulmão é considerada uma das mais prováveis de evitar desde o século XX. Por isso, a principal atitude preventiva é não fumar, nem ativo ou passivamente, seja cigarros, narguilé ou dispositivos eletrônicos.
Também se recomenda manter uma alimentação saudável e boa prática de atividades físicas, sendo esses hábitos benéficos para a saúde e preventivos para qualquer tipo de câncer.
Serviço
O HAC é referência em tratamento oncológico, pioneiro no interior paulista especializado em câncer.
Em média, a Instituição atende anualmente 70 mil pacientes, vindos de todos os estados do País. São mais de um milhão de procedimentos realizados, como radioterapia e quimioterapia, e quase 20 mil cirurgias por ano. O Hospital também possui apoio social aos pacientes e seus acompanhantes, oferecendo diárias de hotelaria e refeições em suas casas de apoio.