SAÚDE | Centro de Transplante de Medula Óssea do HAC completa 26 anos

No dia 24 de agosto, o Centro de Transplante de Medula Óssea (TMO) do Hospital Amaral Carvalho (HAC) completa 26 anos de atividade. Ao longo desse período, já foram realizados 3.921 procedimentos na unidade. Há 10 anos, o TMO do HAC é o maior centro de transplante de medula óssea do Brasil, atendendo pacientes de todos os estados do país, e aproximadamente 90% deles provenientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

Cerca de 60 por cento dos procedimentos realizados pelo Centro de TMO do Hospital Amaral Carvalho envolvem o transplante alogênico, onde existe um doador relacionado ao procedimento, em que estão aqui incluídas as modalidades de transplante com doador aparentado idêntico, transplante com doador voluntário compatível não aparentado, e o transplante com doador familiar com metade da compatibilidade, chamados de haploidêntico. Outros 40% dos procedimentos realizados são de transplantes autólogos. Atualmente, a média de transplantes é de 200 por ano.

Estrutura moderna

O TMO do HAC possui estrutura moderna: são quatro laboratórios especializados, de Biologia Molecular, Histocompatibilidade Antígeno Leucocitário Humano (HLA), Citometria de Fluxo, Virologia e Citoquímica, que fazem parte da retaguarda do serviço. A unidade tem ainda um Programa de Treinamento de Recursos Humanos da área, com residência médica e estágios, para aprimoramento constante dos colaboradores.

Neste ano de 2022, foi inaugurada a nova unidade de internação do TMO, uma das mais modernas do país, que tem 12 leitos com ar filtrado, além de um novo ambulatório e o novo Hospital Dia, com estrutura que permite melhor atendimento, incluindo segurança e otimização das atividades do Centro de Transplante. O Hospital Dia é um espaço físico dedicado ao acompanhamento diário dos pacientes que se encontram no período pós-operatório, e que passam por consulta, exames e medicação.

O complexo de transplantes do HAC conta ainda com o Hemonúcleo Regional de Jaú, que se encontra na estrutura do hospital e fornece os hemocomponentes necessários para os transplantes, não só do TMO do hospital, como para outros dez hospitais de toda região. “Por volta de 1990, a Instituição, sua diretoria e um grupo de médicos perceberam que estávamos com uma limitação do desenvolvimento da oncologia por falta de suporte hemoterápico. Nós, então, unimos esforços para trazer o Hemonúcleo Regional de Jaú para as dependências do HAC, já prevendo que seríamos um hospital com mais uso de hemocomponentes, com o investimento para o TMO”, contou Dr. Marcos Augusto Mauad, hematologista coordenador do Hemonúcleo Regional de Jaú.

Amparo aos pacientes

O acolhimento que a Instituição proporciona aos pacientes que necessitam de retaguarda social é referência para todo o Brasil. O hospital mantém as Casas de Apoio “Ignês de Carvalho Montenegro”, “Eva L.V. Barbanti” e Casa Ronald McDonald Jahu, esta última em parceria com o Instituto Ronald McDonald onde são acolhidos os pacientes ambulatoriais (que não precisam ficar internados, mas tem uma rotina de procedimentos), e também pacientes e acompanhantes de medula óssea, que não residem em Jaú e precisam de apoio social. Por ano, as casas de apoio oferecem cerca de 60.000 diárias de hotelaria completa, aproximadamente 300.000 refeições e uma equipe multidisciplinar que presta todo atendimento aos pacientes, além do Espaço Cultural Amaral Carvalho (ECAC), que oferece atividades educacionais, passeios e entretenimento. Todo esse complexo apoio social é mantido graças às doações por meio de campanhas do telemarketing, leilões e shows de prêmio.

O paciente Felipe Cardoso Batista, de Bauru, contou com toda essa rede de apoio durante o seu tratamento. “Sem a casa de apoio não seria viável ficar na cidade, ou mesmo vir todos os dias. Graças a esse apoio, eu e muitos outros pacientes podemos concluir nossos tratamentos”, contou.

Felipe foi diagnosticado com Leucemia Mieloide Aguda em setembro de 2021. Iniciou seu tratamento no Instituto Amaral Carvalho em Bauru, mas precisou ser transferido para Jaú em fevereiro de 2022, quando encontrou um doador 100% compatível pelo Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea).

“Durante esse período pós-transplante, sou acompanhado nesse novo Hospital Dia, onde a estrutura e o atendimento são de excelência”, disse Felipe, que ainda elogia os serviços da Casa de Apoio. “As refeições, a limpeza, a organização, todo o trabalho é incrível e essencial, melhor até que muitos hotéis da cidade”, afirmou.

Olhar para o futuro

O Hospital Amaral Carvalho está em busca constante por evolução, com o objetivo claro de acompanhar os avanços das áreas em que atua. Não é diferente para o Centro de Transplante de Medula Óssea, que foi um dos primeiros do Brasil a realizar o transplante alogênico com doador voluntário não aparentado.

“Com toda estrutura e expertise de recursos humanos que desenvolvemos constantemente, esperamos que, proximamente, possamos realizar por volta de 250 transplantes por ano, e avancemos em direção às novas modalidades de terapia celular”, contou o Coordenador do TMO do HAC, Hematologista e Hemoterapeuta Dr. Vergílio Antônio Rensi Colturato.

Para Ana Claudia Ferrari dos Santos, supervisora da equipe de enfermagem do Ambulatório e Unidade de Internação da TMO e Unidade de Hematologia do HAC, basta olhar para trás para ter uma visão do futuro para o nosso TMO. “Nos desenvolvemos muito nesses 26 anos, o gráfico da quantidade de transplantes que realizamos é exponencial desde o primeiro transplante feito. Acredito que esse crescimento se deu, principalmente, pelo investimento em recursos humanos, como também a melhoria contínua em estrutura que nos permitiu crescer. Para o futuro, vejo a manutenção desses investimentos, buscando acompanhar as evoluções da terapia celular”.