Impasse na transferência do “Museu Asas de um Sonho” de São Carlos para Itu
Paulo Melo*
Fechado há 08 anos, o Museu Asas de um Sonho, uma das maiores coleções aeronáuticas da América Latina, que no passado foi motivo de orgulho para São Carlos, atualmente, tem se tornado uma grande dor de cabeça e preocupação para os são-carlenses. Recentemente, surgiu uma polêmica em torno de sua possível transferência para a cidade de Itu, gerando grande discussão entre as partes interessadas e apreensão na população. Aliás, Itu já dá como certa a inauguração deste museu no dia 10 de agosto. Ele ficará na área do Centro Cultural São Pedro, instalado em uma antiga fábrica de tecidos.
Inaugurado em 2006, pelo comandante Rolim Adolfo Amaro, fundador e presidente da TAM Linhas Aéreas, e de seu irmão João Francisco Amaro, o museu abriga uma vasta coleção de aeronaves históricas, documentos e artefatos relacionados à aviação brasileira. Além de ser um ponto turístico, quando esteve aberto, o Museu desempenhou um papel crucial na preservação da memória aeronáutica do país, servindo como um importante recurso educacional.
A imprensa comunicou que a Prefeitura Municipal de Itu já apoia o plano de reforçar o Centro Cultural São Pedro, com o acervo do antigo museu “Asas de um Sonho”. A ideia é colocar a cidade paulista no mapa turístico. Uma das principais vantagens é a proximidade: a nova localização fica a 98 km do aeroporto de Congonhas, em São Paulo (SP), contra menos da metade dos 260 km necessários para chegar até a antiga área de exposição, em São Carlos (SP).
Muitos moradores de São Carlos e historiadores defendem que o museu deve permanecer na cidade como parte de seu patrimônio histórico e cultural e a transferência pode gerar impactos econômicos negativos para São Carlos, uma vez que o museu atraía turistas e movimentava a economia local.
Atualmente, as negociações estão em andamento. O Primeira Página no Ar quer saber: as autoridades de São Carlos têm se mobilizado para encontrar soluções que possam manter o museu na cidade?
Esse impasse na possível transferência do Museu Asas de um Sonho envolve uma complexa teia de interesses históricos, econômicos e culturais. A decisão final deve o impacto sobre a preservação da memória aeronáutica brasileira e, seja qual for o desfecho, é essencial que o debate continue de forma transparente, garantindo que todas as vozes sejam ouvidas e que a melhor solução seja encontrada para o futuro do museu.
(*) O autor é jornalista [Mtb 87176/SP] e diretor geral do portal Região em Destake