Ministério Público investigará Bruno & Barreto por uso de fogos proibidos em show que resultou em acidente com cavalos

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Foto: Instagram Oficial de Bruno e Barretto

O Ministério Público de São Paulo abriu um inquérito para investigar a dupla sertaneja Bruno & Barreto, após um incidente ocorrido durante um evento de montaria no último sábado (10), em São Carlos. A dupla é acusada de soltar fogos de artifício com estampidos durante sua apresentação, o que teria causado a fuga de animais e um acidente que deixou um guarda municipal ferido, após ser atingido por um cavalo descontrolado.

O evento, realizado no Centro Municipal de Atividades Equestres “Vereador Paraná”, localizado na estrada que liga São Carlos ao Broa, agora está no centro de uma investigação que também envolve a adequação do local para receber eventos desse porte. O promotor Flavio Okamoto, responsável pela instauração do inquérito, cita, além do uso indevido de fogos, possíveis maus-tratos aos animais e a responsabilidade do município de São Carlos na concessão de alvarás e na supervisão do evento.

Em resposta às acusações, Bruno & Barreto emitiram uma nota oficial afirmando que não tinham conhecimento da proibição do uso de fogos de artifício com estampidos durante a apresentação. Segundo a dupla, a equipe de produção do evento não os alertou sobre essa restrição, mesmo com o item especificado na proposta do show.

“A equipe da dupla esteve o tempo todo acompanhada pela produção do evento, pré, durante e ao final do show, inclusive na montagem dos fogos, sem nenhuma consideração sobre esse ponto”, declararam os sertanejos, destacando ainda que sempre são acompanhados por uma equipe de bombeiros. Eles reforçaram que, em outras ocasiões, quando a proibição foi comunicada, prontamente atenderam à exigência.

A utilização de fogos de artifício com estampidos é proibida em todo o estado de São Paulo desde 2021, conforme lei sancionada pelo então governador João Doria (PSDB). Essa legislação visa a proteção de animais e pessoas sensíveis aos ruídos. A lei permite o uso de fogos sem estampidos, como os luminosos frequentemente usados em celebrações de Réveillon. A violação da lei pode acarretar multas que variam de R$ 5,3 mil para pessoas físicas a R$ 14.144 para pessoas jurídicas, dobrando em caso de reincidência.

Posicionamento da Prefeitura de São Carlos

A Prefeitura de São Carlos, também citada no inquérito, esclareceu em nota que a Procuradoria-Geral do Município tomará medidas jurídicas contra a produtora do evento pela queima de fogos proibidos. A gestão municipal destacou que o alvará emitido para a realização do evento já especificava a proibição da utilização de fogos de artifício com estampidos, em conformidade com as legislações estadual, municipal e federal.

O inquérito instaurado pelo Ministério Público buscará apurar, além das responsabilidades individuais, se houve danos morais coletivos, que podem resultar em pedidos de explicações e compensações por parte dos envolvidos, tanto da esfera pública quanto privada. A investigação promete desdobramentos importantes nas próximas semanas, com o possível impacto não só na dupla sertaneja, mas também na organização de eventos futuros no município.