Anemia falciforme foi tema de palestra no Centro Municipal de Cultura Afro-brasileira
O Centro Municipal de Cultura Afro-Brasileira “Odete dos Santos”, promoveu na noite da última segunda-feira (14/10), na sede da entidade, localizada na Rua Conde do Pinhal, nº 2.190, a palestra com o tema “Anemia Falciforme – Saúde da População Negra”.
A palestra foi ministrada pela Dra. Raquel Duarte Moreira, Prof. Jean Leandro dos Santos, Márcia Tânia Alves (ativista negra) e José Vitor Melchiades, da UNESP-Araraquara.
“Foi uma honra estarmos em São Carlos para falamos sobre a saúde da população negra com ênfase na anemia falciforme. É uma ação de orientação que desenvolvemos percorrendo várias cidades do interior do Estado de São Paulo”, disse Márcia Tânia Alves, ativista negra, da UNESP de Araraquara.
Raquel Duarte Moreira, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas e que trabalha com o Movimento Negro de Araraquara, falou da política nacional de saúde da população negra e das doenças que mais acometem a população negra. “A maior delas é a anemia falciforme. A doença é causada por mutação genética, responsável pela deformidade dos glóbulos vermelhos. Para ser portador da doença, é preciso que o gene alterado seja transmitido pelo pai e pela mãe. Se for transmitido apenas por um dos pais, o filho terá o traço falciforme, que poderá passar para seus descendentes, mas a doença não se manifesta”, explicou a professora.
O Prof. Jean Leandro dos Santos, especialista em anemia falciforme, trabalha há 20 anos com a temática orientando a comunidade. “Trabalhamos com anemia falciforme na cidade de Araraquara desde 2004, orientamos sobre a importância do conhecimento sobre a doença, principalmente para as pessoas que tem alguém na família ou conhecido. Queremos mostrar que a doença tem tratamento, a importância de se fazer o cuidado, acompanhamento, quais são os avanços, as novas descobertas, as pesquisas dos novos fármacos e trouxemos essa experiência para a comunidade negra de São Carlos”, enfatizou.
José Vitor Melchiades, aluno de graduação, lembrou que a palestra “faz parte de um projeto maior que é o estudo das doenças crônicas da população negra, como diabetes, hipertensão e a própria anemia falciforme”.
Carmelita Silva, da Seção de Políticas para a Promoção da Igualdade Racial, agradeceu a presença dos palestrantes de Araraquara trazendo informações e orientações para a comunidade negra sobre a anemia falciforme. “É importante essa orientação para a população negra que muitas vezes não conhece a doença, não faz os exames. A orientação, o conhecimento e a prevenção são fundamentais para se evitar agravos e óbitos por desconhecimento da doença e por isso trouxemos essa temática para a população negra, começando pelos cuidados em saúde e conhecimento da anemia falciforme”, salientou Carmelita Silva.
ANEMIA FALCIFORME
Dentre os principais sintomas estão dor forte provocada pelo bloqueio do fluxo sanguíneo e pela falta de oxigenação nos tecidos; fadiga intensa; palidez e icterícia (coloração amarelada da pele), dores articulares; e do ‘branco dos olhos’); atraso no crescimento; feridas nas pernas; tendência a infecções; cálculos biliares; problemas neurológicos, cardiovasculares, pulmonares e renais, entre outros sintomas.