Tristeza e comoção: pequena Heloísa não resiste após intensa batalha contra o câncer

Na tarde deste sábado, a pequena Heloísa Marques Pereira, carinhosamente chamada de Helô, faleceu após uma longa e corajosa luta contra o linfoma não-Hodgkin de células B e leucemia linfoblástica aguda (LLA). Diagnosticada no seu segundo aniversário, Helô travou uma intensa batalha pela vida, enfrentando tratamentos pesados, revezes e incertezas, mas sempre amparada pela fé e pelo carinho dos seus familiares e amigos.

A jornada de Helô começou em Campinas, onde ela inicialmente obteve uma remissão após o primeiro tratamento. No entanto, apenas quatro meses depois, a doença voltou de forma ainda mais agressiva, obrigando a família a procurar novas intervenções médicas.

Durante a segunda fase do tratamento, Helô passou por uma estabilização de seu quadro clínico e foi submetida a uma terapia inovadora com CAR T-cell, um tratamento garantido por decisão judicial. Essa intervenção trouxe esperança e resultou numa remissão de seis meses. Porém, o esperado transplante de medula óssea, crucial para o tratamento definitivo, foi negado pelo plano de saúde, o que colocou a família numa situação de enorme pressão e angústia.

Eduardo Marques Pereira, pai de Helô e policial penal em Araraquara, não desistiu de buscar alternativas. Ele recorreu ao renomado Dr. Vanderson Rocha, especialista que propôs um novo tratamento para a menina. “Lá em Campinas, eles colocaram a Helô com paliativo e a gente precisou sair de lá, senão ela não ia aguentar. O paliativo lá era só remédio pra dor e a doença dela progrediu muito rápido. Então a gente teve que internar ela aqui no Hospital 9 de Julho e já iniciamos o tratamento com o médico doutor Vanderson”, relatou Eduardo. Segundo ele, foi nesse hospital que encontraram novas linhas de tratamento que permitiram a reindução da quimioterapia.

No entanto, os desafios não eram apenas médicos. O custo do tratamento, estimado em R$ 540 mil por ano, ultrapassava as capacidades financeiras da família, que iniciou uma série de campanhas para arrecadar fundos. Eduardo e sua esposa, Gabriela, organizaram rifas, bingos e apelos por doações, numa tentativa de garantir que Helô pudesse continuar a sua luta. “Nosso plano de saúde não cobre todos os procedimentos e exames necessários. O tempo é crucial, e não podemos esperar pela aprovação da seguradora. Cada minuto conta na luta da nossa filha contra o câncer”, desabafou Eduardo, visivelmente emocionado.

Infelizmente, apesar dos esforços incansáveis da família, dos médicos e de toda a comunidade que se mobilizou em torno da causa, Helô não resistiu. A morte da menina traz profunda tristeza, mas também ecoa como um grito de alerta para a necessidade de uma revisão nos critérios de cobertura dos planos de saúde e de maior apoio a famílias que enfrentam batalhas tão árduas.

A história de Helô é um lembrete da fragilidade da vida e da força inabalável do amor de uma família. Hoje, a cidade de Ibaté e todas as pessoas que acompanharam sua jornada se unem em luto e solidariedade, celebrando a curta, mas intensa vida da pequena guerreira, que lutou até o último momento com o sorriso e a esperança que sempre foram a sua marca.