
Paulo Melo*
O espírito natalino, tradicionalmente associado à união, solidariedade e reflexão, há muito tempo tem sido engolido pelo consumo desenfreado. A data, que deveria inspirar momentos significativos em família e entre amigos, foi transformada em um grande espetáculo de ofertas e apelos comerciais.
Shopping centers abarrotados, promoções agressivas e a incessante corrida por presentes roubam o protagonismo dos verdadeiros valores do Natal. A cada ano, somos bombardeados por propagandas que associam felicidade a produtos, desviando nossa atenção do que realmente importa: as relações humanas e a oportunidade de olhar para o outro com empatia e generosidade.
A comercialização do Natal não apenas banaliza o significado da data, mas também impõe um fardo financeiro para muitas famílias. No esforço de atender às expectativas impostas pelo mercado, muitas vezes nos endividamos e perdemos o foco no que deveria ser uma celebração simples e significativa.
É urgente resgatar a essência do Natal. Trocar presentes materiais por gestos sinceros, consumir de forma consciente e priorizar experiências afetivas pode ser o primeiro passo. Que tal substituir a compulsão por compras por uma conversa profunda, um abraço apertado ou uma ceia preparada em conjunto?
O Natal não deveria ser uma data para vender, mas para viver. É tempo de ressignificar e devolver ao Natal seu verdadeiro propósito.
(*) O autor é jornalista [Mtb 87176/SP] e diretor geral do portal Região em Destake