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Fotos: Ivan Lucas / Informações: Jornal Primeira Página
A primeira audiência sobre o caso do atropelamento da triatleta Luisa Baptista foi realizada nesta quarta-feira (12), no Fórum Criminal de São Carlos. O juiz André Luiz de Macedo decidiu que o motociclista Nayn José Sales será levado a júri popular, acatando a tese de tentativa de homicídio por dolo eventual.
A decisão confirma a denúncia apresentada pelo Ministério Público em outubro de 2024, quando a acusação foi alterada de lesão corporal culposa (sem intenção) para tentativa de homicídio por dolo eventual (quando há assunção do risco de matar).
De acordo com o promotor de Justiça Daniel Henrique Silva Miranda, Nayn assumiu o risco de causar uma morte ao dirigir sem CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e em alta velocidade. “A decisão era o que esperávamos. No Tribunal do Júri, esperamos também que o réu seja condenado”, afirmou.
O acidente ocorreu na Estrada Municipal Abel Terrugi (SCA-329), no distrito de Santa Eudóxia. Segundo as investigações, o motociclista havia participado de uma festa open bar durante a madrugada, trafegava acima da velocidade permitida e invadiu a contramão em um trecho perigoso da via, logo após uma curva acentuada e sinalizada.
Defesa e acusação divergem sobre o caso
O advogado de acusação ressaltou que as provas colhidas no processo, incluindo depoimentos de testemunhas e perícias, comprovam que Luisa estava no local correto e não infringiu regras de trânsito. Ele destacou que o histórico do réu, com registros de direção imprudente, reforça a tese de dolo eventual. “O Nayn já tinha postagens nas redes sociais dirigindo em alta velocidade no mesmo local. Ele dormiu pouco, estava sem equilíbrio e em alta velocidade. A perícia confirmou que ele estava na contramão”, afirmou.
Já a defesa argumenta que a decisão do juiz foi baseada na falta de elementos conclusivos e que a intenção do motociclista nunca foi causar um acidente grave. O advogado de Nayn afirmou que recorrerá para tentar desqualificar a acusação de tentativa de homicídio. “O juiz decidiu pela pronúncia porque não havia elementos suficientes para decidir de forma definitiva. Nossa tese é de homicídio culposo, sem intenção”, disse.
Luisa Baptista comenta decisão
A triatleta, que se recuperou do acidente, expressou alívio com a decisão judicial e reforçou sua confiança na condenação do réu. “Eu não lembrava muito daquele dia, mas as testemunhas confirmaram que eu estava no lugar certo. O Nayn cometeu uma tentativa de homicídio ao mentir e alterar a moto de lugar”, declarou.
O caso agora segue para julgamento pelo Tribunal do Júri, onde a defesa poderá apresentar recursos antes da definição da data do julgamento.