
A disputa interna pelo comando do Partido dos Trabalhadores (PT) se acirra com a saída da deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) da presidência da sigla para assumir a Secretaria de Relações Institucionais (SRI). Enquanto a Executiva Nacional define na próxima sexta-feira (7) quem ficará interinamente no cargo, o ex-prefeito de Araraquara (SP) e ex-ministro Edinho Silva já se movimenta para assumir a presidência definitiva em julho.
O cenário atual aponta para uma disputa entre o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e o senador Humberto Costa (PT-PE) pelo comando temporário do partido. Ambos são vice-presidentes e membros do Diretório Nacional, requisito para ocupar a vaga interinamente. Guimarães, no entanto, estaria reticente quanto à possibilidade de assumir o mandato-tampão.
Nos bastidores, há indicações de que Gleisi pretendia apoiar Guimarães para fortalecer sua candidatura à presidência do partido, o que poderia barrar as pretensões de Edinho Silva. O ex-prefeito de Araraquara, que pertence à corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB), não faz parte do Diretório Nacional e, por isso, não pode disputar a interinidade.
Apesar disso, Edinho já está em campanha, participando de eventos regionais e consolidando alianças internas. Ele é apontado como favorito para assumir a presidência da sigla após as eleições diretas de julho, quando os filiados do PT escolherão a nova direção.
Defensor de uma correção de rota no partido, Edinho busca uma estratégia política que minimize a polarização com o bolsonarismo e apoie as diretrizes econômicas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Sua eventual eleição representaria um alinhamento à base governista, mas com nuances diferentes das posições mais combativas adotadas por Gleisi à frente da sigla.
A decisão sobre a presidência interina, na sexta-feira, pode influenciar o cenário eleitoral interno e indicar os rumos do PT nos próximos anos.