
De acordo com o Informativo Econômico da ACISC (Associação Comercial e Industrial de São Carlos), o cenário empresarial brasileiro em 2024 foi marcado por um crescimento expressivo na abertura de novas empresas, conforme apontam os dados do Relatório Mapa de Empresas do Governo Federal. No primeiro quadrimestre, foram registradas 1.456.958 novas empresas, representando um aumento de 26,5% em relação ao final de 2023 e de 9,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior. No entanto, também houve um crescimento significativo no número de empresas encerradas, totalizando 854.150 fechamentos, um aumento de 24,4% em relação ao quadrimestre anterior e de 15,5% na comparação com 2023.
Mesmo com o crescimento dos fechamentos, o saldo empresarial foi positivo, com 602.808 novas empresas e um total de 21,7 milhões de empresas ativas ao final de 2024. Entre os estados, Mato Grosso liderou o aumento percentual de novos negócios, enquanto Bahia teve o menor avanço.
A abertura de empresas também se tornou mais ágil. O tempo médio para formalização caiu para 21 horas, uma redução de 22,2% em relação ao final de 2023. Sergipe se destacou com o menor tempo (6 horas), enquanto Pará teve o maior tempo de espera (1 dia e 11 horas).
O setor de serviços manteve a liderança no mercado, representando 84,3% das empresas ativas, enquanto o comércio teve sua menor participação histórica.
Nos quadrimestres seguintes, o crescimento continuou. No segundo quadrimestre de 2024, foram abertas 1.459.079 novas empresas, uma leve alta de 0,3% em relação ao primeiro quadrimestre. O Ceará teve destaque positivo, enquanto o Rio Grande do Sul registrou a maior queda percentual no número de novas empresas.
O terceiro quadrimestre registrou 1.334.230 novas empresas, um recuo de 8,7% em relação ao segundo quadrimestre, mas ainda 15,7% acima do mesmo período de 2023. O saldo positivo do ano foi de 1.818.713 novas empresas, com um total de 22.004.843 empresas ativas até o final de 2024.
São Paulo liderou o crescimento percentual anual, enquanto Rondônia apresentou o menor avanço. No terceiro quadrimestre, Rio Grande do Sul teve a maior alta (17,5% em relação a 2023), enquanto Mato Grosso registrou a maior queda (-17,8%).
O Brasil encerrou 2024 com uma média de 18 horas para abertura de empresas, um tempo 33,3% menor que no ano anterior. Sergipe manteve o menor tempo (6 horas) e Amapá registrou o maior (1 dia e 9 horas). Aracaju se destacou como a capital mais rápida (1 hora), enquanto Macapá teve a maior demora (1 dia e 5 horas).
Para a presidente da ACISC, Ivone Zanquim, os dados refletem a resiliência e o dinamismo do setor empresarial brasileiro. “O aumento na abertura de empresas demonstra o espírito empreendedor dos brasileiros e a confiança no mercado. No entanto, também precisamos olhar para os fechamentos e entender os desafios que os empresários enfrentam para garantir a sustentabilidade dos negócios”, destacou.
Já o economista do Núcleo de Economia da ACISC, Elton Casagrande, ressalta que a redução no tempo de abertura de empresas tem sido um fator positivo. “A agilidade na formalização é um dos pontos-chave para incentivar novos negócios e movimentar a economia. Com processos mais rápidos e menos burocracia, os empreendedores conseguem iniciar suas atividades com maior eficiência”, analisou.
Em resumo, 2024 foi um ano de intensa movimentação empresarial no Brasil, com novas oportunidades de negócios e processos de abertura cada vez mais rápidos.