
O mais recente boletim de arboviroses, divulgado nesta segunda-feira (24) pela Secretaria Municipal de Saúde, revela um cenário preocupante em relação à Dengue na cidade. Em 2025, já foram registradas 9.301 notificações da doença, com 4.448 casos confirmados – todos autóctones, ou seja, contraídos localmente. Desses, 1.258 são casos novos, evidenciando a rápida disseminação do vírus. Outros 2.947 casos ainda aguardam resultado de exames, enquanto 1.906 foram descartados.
A gravidade da situação reflete-se nas internações: atualmente, 33 pessoas estão em leitos de enfermaria e 8 em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Além disso, sete óbitos estão sob investigação pelo Instituto Adolfo Lutz, com um já descartado, o que mantém as autoridades em alerta.
Outras arboviroses em 2025
Além da Dengue, o boletim traz dados sobre Chikungunya, Zika e Febre Amarela. Para Chikungunya, foram 64 notificações, com dois casos confirmados – o segundo deles importado – e oito ainda em análise. Já a Zika registrou 51 notificações, todas descartadas até o momento. A Febre Amarela, por sua vez, não apresenta notificações em 2025, um alívio em meio ao avanço das demais doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
Retrospectiva de 2024: Dengue marcou o ano
Os números de 2024, também apresentados no boletim, mostram que a Dengue já era uma ameaça significativa no ano passado. Ao todo, foram 30.312 notificações, com 16.241 casos positivos – sendo 15.506 autóctones e 735 importados. A doença deixou um saldo trágico, com seis óbitos confirmados. Em comparação, Chikungunya teve 338 notificações e quatro casos positivos (três autóctones e um importado), enquanto Zika registrou 178 notificações, todas descartadas. A Febre Amarela, com apenas três notificações descartadas, não representou risco no período.
Emergência em saúde pública
O aumento expressivo dos casos de Dengue em 2025 reforça a necessidade de ações intensivas de combate ao mosquito transmissor. A cidade, que já enfrenta um estado de emergência declarado neste ano, vê suas unidades de saúde pressionadas pela demanda. A Vigilância em Saúde tem intensificado operações como a Cata-Treco, que remove materiais que acumulam água, mas a participação da população na eliminação de criadouros segue sendo essencial para frear a epidemia.
Com quase 4,5 mil casos confirmados em menos de três meses, São Carlos vive um momento crítico. As autoridades alertam: o controle das arboviroses depende de uma resposta conjunta entre poder público e moradores para evitar que 2025 repita ou supere os números alarmantes do ano anterior.