
O prefeito admitiu a elevação de custos: “De fato, pode ter tido esse aumento. Sim, teve, né? Aumentou um pouquinho”.
Contrariando o discurso oficial da Prefeitura de Ibaté, que anunciou uma economia anual de mais de R$ 340 mil com a minirreforma administrativa aprovada pela Câmara Municipal, a folha de pagamento do primeiro mês de vigência da nova estrutura apresentou aumento nos custos. Dados apurados pelo portal Região em Destake apontam que, apenas com cargos comissionados externos — excluindo servidores de carreira com funções gratificadas —, houve acréscimo de R$ 72.603,04 na folha de março de 2025, em comparação ao mesmo mês do ano passado. O valor representa um acréscimo de R$ 943.839,52 por ano com o pagamento apenas dos cargos em comissão [cargos de confiança] do atual prefeito.
O levantamento considera exclusivamente os ocupantes de cargos de confiança que não são servidores públicos efetivos, seja sob regime estatutário ou celetista. A análise desconsidera, por exemplo, os valores pagos em funções gratificadas (FGs), como no caso do atual ocupante de um cargo de Secretário Adjunto, recentemente criado. Em novembro de 2024, este ocupante recebeu R$ 3.906,03. Em março de 2025, seu salário saltou para R$ 10.686,38 — após o recebimento de FG.
A minirreforma, enviada pela gestão do prefeito Ronaldo Venturi (PSD) à Câmara Municipal, previa a extinção de cargos considerados inconstitucionais por decisão judicial e a criação de novas funções classificadas como legais, com o objetivo declarado de “ampliar a eficiência dos serviços prestados”. Segundo o Executivo, a proposta visava também reorganizar secretarias e atribuições internas.


O que disse o prefeito?
Durante uma entrevista coletiva sobre os 100 dias de governo, realizada na manhã desta terça-feira (15), ao ser questionado pelo portal Região em Destake sobre o aumento na folha, o prefeito admitiu a elevação de custos: “De fato, pode ter tido esse aumento. Sim, teve, né? Aumentou um pouquinho. O que é que acontece? É que quando eu disse que estava reduzindo, de fato reduziu. Nós tínhamos 34 cargos. Se eu ocupasse esses 34 cargos com pessoas, eu estaria gastando 340 mil reais mais no ano.”, relatou.
Ainda segundo Venturi, a extinção de cargos teve como objetivo evitar esse gasto adicional. “E agora, com a reforma administrativa que a gente está fazendo, boa parte dessas chefias de divisão, chefias de função vão ser extintas. Então nós vamos conseguir mais uma redução agora a partir dessa reforma”, afirmou.
O prefeito também explicou que boa parte dos atuais ocupantes de cargos comissionados são servidores de carreira, devido à estrutura administrativa anterior: “Os setores estavam estruturados em cima de comissionados, então não tinha como fazer diferente nesse momento”, afirmou Venturi. Porém, nossa redação ressalta que, ao contrário dessa afirmação de Ronaldo Venturi, consideramos apenas os ocupantes de cargos em comissão [cargos de confiança externos].