
Durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (20) para apresentar um novo empreendimento habitacional em São Carlos, o Assessor Especial do Prefeito, João Muller, fez duras críticas à resistência de moradores da zona leste da cidade à construção de um conjunto habitacional com 200 unidades voltadas para famílias de baixa renda.
O projeto, que será implantado na região do Grande Santa Felícia, teve sua proposta inicial reduzida de 400 para 200 unidades após adequações promovidas pela Prefeitura. Ainda assim, segundo Muller, parte da comunidade local segue se posicionando contrária à iniciativa, mesmo com os estudos de impacto e infraestrutura urbana já realizados.
“Está acontecendo algo muito triste para quem defende o menos favorecido. Houve até carro de som contratado para insuflar a população contra o projeto. É lamentável. Estamos diante de um movimento de exclusão, um verdadeiro apartheid social”, afirmou.
De acordo com o assessor, todos os requisitos técnicos foram cumpridos, inclusive a proximidade com escolas, postos de saúde e transporte público. Ele revelou que a Prefeitura já está licitando uma nova unidade de saúde dentro do bairro Romeu Tortorelli, a apenas 300 metros do terreno destinado às moradias.
“A seleção das famílias será feita com critérios de vulnerabilidade social. Vamos atender idosos, pessoas com deficiência, mães solo, e não criminosos, como alguns sugerem de forma preconceituosa e irresponsável”, destacou.
Muller também apontou o consumo de recursos como argumento equivocado usado por opositores do projeto. “Vinte casas de alto padrão com piscina consomem mais água do que essas 200 unidades. Não é o consumo nem o trânsito que incomodam. É o preconceito.”
Durante a coletiva, o assessor destacou que o projeto é diferente dos antigos modelos do CDHU, frequentemente citados por críticos. “Não se trata de um CDHU. Este projeto tem acompanhamento social do município e foi planejado com qualidade de vida. Estão comparando injustamente com algo que já foi superado.”
Segundo ele, a cidade conta com cerca de 8 mil famílias cadastradas à espera de moradia digna. “Quem administra a cidade tem a obrigação de enfrentar a desigualdade. Não dá para fechar os olhos enquanto famílias moram em áreas irregulares, sem o mínimo de infraestrutura.”
O novo conjunto habitacional integra o programa municipal de habitação e será viabilizado com recursos federais, com contrapartida da Prefeitura. A previsão é que as obras sejam iniciadas ainda neste semestre, após os trâmites legais de aprovação.