
O advogado Reginaldo da Silveira, responsável pela defesa do casal de advogados preso na manhã desta terça-feira (17), no Condomínio Damha II, em São Carlos, afirmou que seus clientes negam “veementemente” envolvimento no assassinato de José Eduardo Ometto e Rosana Ferrari, donos de uma escola infantil na cidade de Araraquara. O crime, ocorrido em abril, teve como palco uma chácara na serra de São Pedro, onde o casal de idosos foi executado a tiros e deixado dentro de seu carro, estacionado em frente à propriedade.
Silveira afirmou que não há, até o momento, provas contundentes que justifiquem a acusação de autoria intelectual do homicídio. Os dois permanecem detidos na sede do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Piracicaba, sob regime de prisão temporária. O adovogado de defesa afirmou que deve entrar com pedido de soltura do casal ainda nesta quarta-feira, 18.
“A relação que eles mantinham com a vítima era exclusivamente profissional, como clientes do escritório. Eles negam qualquer participação. Vamos analisar o inquérito com atenção e pedir a revogação da prisão ao juiz responsável”, declarou o advogado.
Silveira disse que já teve acesso aos autos da investigação, mas aguarda a liberação integral dos documentos para aprofundar a análise. Segundo ele, uma pessoa teria apontado o casal como mandante do crime, mas os detalhes ainda não foram disponibilizados à defesa. “Queremos saber quem é essa pessoa e em que circunstâncias foi feita essa acusação”, afirmou.
Sobre os supostos executores do crime, o advogado afirmou que seus clientes conheciam apenas um deles, que teria trabalhado como segurança da família, mas com quem não mantinham mais contato recente.
A operação que levou à prisão do casal também resultou na apreensão de veículos e armas de fogo. De acordo com Silveira, os bens possuem origem lícita e serão apresentados no inquérito. “Todos têm nota fiscal. Um dos carros é financiado. As duas armas foram encontradas na residência e são registradas. Meus clientes são atiradores esportivos e frequentam clube de tiro em São Carlos.”
O defensor também ressaltou que o casal tem residência fixa, é conhecido na cidade onde vive e não representa risco à investigação. “São pessoas respeitadas, com raízes em São Carlos. Acredito que o juiz avaliará com ponderação o pedido de liberdade.”