
Paulo Melo*
Neste sábado, 28 de junho de 2025, Ibaté perdeu mais do que um ex-prefeito. Perdemos um homem que soube fazer da política uma ferramenta de transformação, um gestor com visão de futuro e coragem para romper com o atraso. José Luiz Parella, o Zé Parrella, encerra sua jornada entre nós deixando um legado impossível de apagar — e um exemplo raro de liderança popular e eficaz.
Em tempos em que a política é tantas vezes desacreditada, Zé Parrella foi a prova de que é possível governar com pulso firme, honestidade e, acima de tudo, resultados. Sua frase mais conhecida — “Tem dinheiro pra tudo! É só não roubar e não deixar roubar!” — pode parecer simples, mas carrega um princípio de ouro: a ética como fundamento da boa gestão pública.
Durante seus quatro mandatos à frente da Prefeitura de Ibaté, Zé Parrella não apenas pavimentou ruas, construiu escolas, ampliou o hospital e atraiu empresas. Ele pavimentou também a autoestima de uma cidade que, antes esquecida, passou a ser exemplo de desenvolvimento. Ele construiu confiança entre povo e governo. E ele ampliou os horizontes de milhares de famílias que encontraram emprego, dignidade e oportunidade em sua gestão.
Falar sobre Zé Parrella é falar de um estilo único: direto, sem rodeios, às vezes duro, mas sempre transparente. Era um político que falava como gente do povo, e por isso o povo o entendia — e o seguia. Não se escondia, não terceirizava decisões, não se omitia. Tinha lado, tinha opinião, tinha responsabilidade.
Como jornalista, acompanhei sua trajetória de perto. Com ele, as pautas não ficavam no discurso: viravam obra. Com ele, a política saía dos gabinetes e ia para a rua, para os bairros, para os lugares onde de fato mora a realidade. Com ele, o cargo de prefeito deixou de ser símbolo de vaidade e virou sinônimo de trabalho.
Zé Parrella não era perfeito. Ninguém é. Mas soube usar o poder com propósito. E isso já o torna gigante entre tantos nomes pequenos da política.
Hoje, Ibaté chora. Mas chora de gratidão. Porque teve a sorte de ser governada por alguém que acreditava, acima de tudo, na força do trabalho e no compromisso com sua gente.
Descanse em paz, Zé. A cidade que você ajudou a levantar com as próprias mãos, agora, levanta as mãos para aplaudir a sua história.
(*) O autor é jornalista [Mtb 87176/SP] e diretor geral do portal Região em Destake