
Por telefone, profissionais orientam pessoas a encarar problemas provocados pela pandemia mundial do novo coronavirus
A Prefeitura deu início na segunda-feira (30), em Araraquara, ao plantão psicológico direcionado à população do município. O serviço de saúde mental atende quem busca orientações diante da pandemia causada pelo novo coronavirus, que obriga as pessoas a ficar em casa em isolamento social.
O plantão funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h, com um grupo de psicólogos da Secretaria Municipal de Saúde atendendo e orientando através do telefone 3305-5609.
Na quarta-feira (1º), em entrevista ao Canal Direto – Especial Coronavirus, pelo Facebook da Prefeitura, os psicólogos Marinaldo de Souza e José Renato Ferreira da Cunha destacaram o momento ímpar vivido pelo Brasil e pelo mundo diante da pandemia que leva as pessoas a buscar alternativas para evitar o estresse e a ansiedade.
Pela primeira vez, segundo José Renato, o brasileiro vive essa situação de pandemia, com milhares de informações chegando ao mesmo tempo de outros países sobre as consequências do novo coranavírus, como o risco de morte.
Segundo psicólogo, esta situação provoca mudanças repentinas na vida das pessoas. A quebra de rotina causa mais ansiedade, insegurança e estresse, com reações diferentes em cada pessoa.
Por isso, algumas comem demais ou deixam de se alimentar adequadamente, outras dormem pouco e há ainda as que têm problemas respiratórios ou taquicardia, levando a pensar que estejam com a Covid –19, doença provocada pelo novo coronavirus.
Para Marinaldo, a situação torna-se ainda mais difícil quando, em apenas quinze dias, há toda uma mudança no padrão na vida da sociedade, que afeta as relações sociais e reflete diretamente no organismo.
“O mais importante neste momento é buscar as informações corretas em meio a tantas fake news e lembrar que cada pessoa é um corpo em sociedade. Por isso, resgatar as formas de sociabilidade é uma das melhores alternativas para superar este momento”, acrescentou.
Apesar do isolamento social, Marinaldo receitou ser importante que as pessoas não percam os contatos sociais. Para evitar a síndrome do pânico, é importante o uso do celular ou das redes sociais e manter a conexão com parentes e amigos.
Maior sincronia
Para administrar melhor as diferentes reações das crianças e adolescentes durante a quarentena é preciso saber explicar para cada uma delas a situação que faz todo mundo estar em casa.
“Especialmente para a criança, é recomendado sessões de contação de histórias ou práticas de esporte se houver quintal em casa. Num apartamento, pode ser uma brincadeira de esconde-esconde ou aulas de pintura oferecidas por sites”, sugeriu José Renato.
Marinaldo de Sousa lembrou que a questão é mais complicada em relação aos idosos em situação de confinamento. Primeiro porque a sociedade brasileira não está preparada para o convívio com os idosos e nem para envelhecimento, conforme enfatizou.
Em segundo lugar, porque nos últimos tempos as pessoas da terceira idade praticam todas as suas atividades fora de quatro paredes, ou seja, em espaços públicos hoje fechados pela pandemia.
“Por tudo isso, as alternativas não devem ser muito diferentes das apresentadas para as crianças. E é muito importante a participação da família, com sessões de contação de histórias, jogos, contatos eletrônicos com outros parentes, etc”.
O psicólogo reiterou ser preciso acabar com o preconceito contra o idoso, já que ter uma atitude positiva para essa categoria também é uma questão de saúde mental.
Ainda em relação à ansiedade provocada pelo novo coronavirus, Marivaldo lembrou que nos casos em que a pessoa não consegue nem sair da cama é necessário o tratamento médico, já que psicologia e psicoterapia não são absolutas.
Outro fator importante é a qualidade de vida. “Cuidar da alimentação, praticar atividades físicas, mesmo domésticas, e manter a qualidade do sono são situações que vão impactar, inclusive, no bom humor das pessoas”, pregou José Renato Ferreira da Cunha.
Ambos os psicólogos ainda enalteceram e pregaram a defesa do SUS (Sistema Único de Saúde), os equipamentos públicos de Araraquara e os serviços oferecidos pela Prefeitura, como o plantão psicológico.
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