Foto Destaque: Victor Balde
Em turnê por 8 cidades do interior paulista, a palhaça Carmela se apresenta em 8/11 em São Carlos, despertando altas doses de serotonina e incentivando a consciência sobre o poder feminino e o protagonismo na própria vida.
No dia 8 de novembro, às 14h, a criançada dos CEMEIs Olívia Carvalho e Benedito Aparecido da Silva terá uma atividade muito divertida: irão assistir ao espetáculo “Magavilha”.
Com mais de 100 apresentações realizadas de Norte a Sul do Brasil, e uma esticada até a Itália, Alemanha, Suíça e Eslovênia, a palhaça, dançarina e arte educadora Iris Fiorelli está na estrada com “Magavilha” desde 2011 (e trabalhando com arte desde seus 14 anos de idade!). A expectativa é que nessa turnê o projeto alcance cerca de 2 mil pessoas.
Em “Magavilha”, tudo se passa em um ambiente minimalista, amparado por uma trilha sonora executada ao vivo e especialmente desenvolvida para o espetáculo pelo músico Edézio Aragão, parceiro desde 2007. Da cumbia a elementos rítmicos do nordeste brasileiro e a melodias circenses tradicionais, a trilha viaja por diversos estilos musicais, recriando-se constantemente e dando a toada desta trama simples, em que a plateia é convidada a participar de forma direta na construção do espetáculo.
Em cena, Carmela chega atrasada, e espera o início do show de um mágico que não aparece. Curiosa, ela mexe na mala do mesmo, encontra uma garrafa, bebe uma poção e, num instante, se transforma na protagonista do espetáculo em que apresenta números de mágica e dança recheados de comicidade. A “magiclown” (mágica mais clown) resgata truques clássicos a partir de um humor autoral.
Como a vida imita a arte e a arte imita a vida, o espetáculo “Magavilha” nasceu para ser encenado pelo companheiro de Íris na época, como mágico, e ela, como ajudante, “a mocinha que saía da plateia e que gostava dele”, segundo a artista. “Eu tinha aprendido os truques, tinha renovado figurinos com o prêmio da Funarte 2007. Com a tristeza da separação, precisava seguir trabalhando: adaptei o espetáculo, me tornei a protagonista e segui meus sonhos e viagem”, conta Iris. Assim, tanto na vida real como na cena, Íris se tornou a personagem principal.
Dessa forma, o espetáculo leva ao público uma importante mensagem: é fundamental cada um ocupar e exercer o papel central na própria vida. Confiar e ter coragem é a verdadeira mágica para as pessoas seguirem os sonhos, mesmo com todos os nossos medos, atrapalhações e inseguranças, aspectos que a palhaçaria coloca lente de aumento para trazer o riso e a reflexão à plateia, à sociedade. E o fato de termos uma palhaça mulher em cena também fortalece a relevante questão do poder feminino, para que as meninas estejam onde quiserem, com outras habilidades além da beleza, inclusive onde suas vulnerabilidades possam estar.
Outra reflexão interessante que “Magavilha” pode provocar é que nunca estamos sozinhos. No primeiro momento, Carmela se apresenta, mostra seu lado ridículo fazendo jus ao papel social dos palhaços e conquista o público; no entanto, no segundo momento, o show começa a ganhar potência na medida em que a artista vai chamando o público para participar, para criar e se divertir junto, com um frescor que a improvisação traz.
Nas oito cidades, as apresentações serão seguidas de debate, aproximando o fazer artístico do cotidiano e das questões que o espetáculo desperta, além de promover a formação de plateia. As apresentações serão realizadas em escolas ou outras instituições públicas de cada município, visando alcançar um público carente de atividades culturais. A circulação do espetáculo Magavilha é realizada pela Cia. Las Titis com o apoio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo (Vídeo de apresentação do projeto: Sobre o Magavilha para o Proac – YouTube). Para sugestões, contratações de espetáculos, oficinas e visitas a idosos, o instagram da Cia Las Titis é @cialastitis.
SERVIÇO
Espetáculo “MAGAVILHA”
08/11, São Carlos/SP
A turnê de “Magavilha” pelo interior paulista também já passou por Registro, Itapeva, Paraguaçu Paulista e Olímpia. Depois segue para outras cidades:
* São Carlos – 08/11
* Campinas – 17/11
* São José dos Campos – 21/11
Ficha Técnica:
Criação e Performance: Iris Fiorelli
Música ao vivo: Edézio Aragão
Orientação de Direção: Fabio Ronzano/Julieta Zarza/Edézio Aragão
Trilha Sonora original: Edézio Aragão e Alissom Coutto
Desenho de Iluminação: Valdinei Silva
Produção de Figurino: Adalicia da Silva Santos
Contabilidade e Administração: Reginaldo Menegazzo
Produção Local: Ana Luiza Reis, Dyulie de Paula, Kora Prince, Rodrigo Cardoso, Sarah Foch
Produção Executiva: Mi Chan Tchung
Produção Geral: cia. Las Tittis
Relevância e pertinência
Em MAGAVILHA, a protagonista é uma mulher. Ela não é a ajudante do mágico, a tradicional figura feminina no universo da mágica e do ilusionismo. Em MAGAVILHA, a protagonista é alguém que sai do público: uma espectadora que foi assistir o espetáculo e se transforma na atração principal. Essa inversão de papéis alimenta o pensamento crítico da plateia, oferecendo a possibilidade de visualizar e cogitar uma transformação dos padrões de gênero e das hierarquias.
O espetáculo apresenta diversos números de mágicas clássicas, muitos deles, inclusive, que Iris Fiorelli se lembra de ter visto e se encantado quando era criança e segue vendo em circos e festas infantis. São truques tradicionais, repetidos há muito tempo, que fazem parte do imaginário mágico de gerações.
A obra tem uma classe de humor inocente, que respeita a infância e é para toda a família. Por ser um espetáculo quase sem palavras, tem boa aceitação por crianças bem pequenas. Dado sua atemporalidade, faz sucesso com pessoas idosas.
O circuito escolhido para a circulação contempla cidades que nunca receberam apresentações do espetáculo e que se localizam em diferentes regiões administrativas do estado de São Paulo.
Optamos por dedicar as apresentações a bairros periféricos, geralmente pouco atendidos por ações culturais. A escolha de realizar o espetáculo sempre que possível ao ar livre é também uma eleição em prol da democratização do acesso.
TRAJETÓRIA DE ÍRIS FIORELLI
Formada em Hatha Yoga em Barcelona (2002) e em Dança Inclusiva para crianças em Buenos Aires (2009). Dedica-se desde 1997 à palhaçaria e à dança, especialmente ao Contato Improvisação (CI). Desde 2005 se foca na prática, difusão e na criação de trabalhos que unem essas linguagens, na busca de um corpo dançante cômico. Itinerante, circula com os seus espetáculos solos como a Palhaça Carmela: “Magavilha” e “Retalhos Populares”, união de dança e palhaçaria, premiados pela Funarte, Petrobras Cultural, Prêmio de Circulação Edir Macedo em Aracaju, Secretaria de Cultura do Estado de Sergipe.
Desde 2014 tem sua base na Ilhabela, onde em 2020 funda a Cia. Las Titis, com Mi Chan Tchung, cujo lema é Arte, Saúde, Amor e Humor. A Cia. já foi premiada pelo ProAC, Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo para a criação do espetáculo “Titis Tour”; Programa de Fomento à Cultura de Ilhabela para o projeto “Cada um sabe…”, uma série de visitas artísticas à comunidade isolada de Castelhanos, com a apresentação final de um Show de Talentos estrelado pela população local; Lei Aldir Blanc de Ilhabela com o projeto “Talento para ser Lento”, uma série de visitas artísticas a centros de convivência de idosos, com a apresentação final de um Show de Talentos estrelado pela terceira idade; e Centro de Referência da Dança da Cidade de São Paulo com a seleção do projeto “#tranquilititis”, 10 ações online de práticas de arte e saúde.
Iris estudou várias técnicas de dança como: Reeducação do Movimento, Clássica, Contemporânea, Brasileiras, Indiana e Flamenca. Iniciou seus estudos de CI juntamente à palhaçaria em 1997. Em constante aperfeiçoamento, estudou e estuda CI com professores de diversas nacionalidades. Participou e performou em festivais no Brasil, Argentina e Europa; ensinou em Festivais Internacionais em Ilhabela, São Paulo, Rio de Janeiro e Buenos Aires e em intensivos em Garopaba, Universidade Federal de Maringá e Guarapuava. Co-organiza o maior festival de CI no Brasil: Transformando pela Prática, na praia de Gamboa, desde 2010.
Histórico de “Magavilha”
O espetáculo já foi apresentado em:
2023
Spazio Seme, Arezzo – Itália
2018
Teatro Municipal de Araras-SP
11* Festival Paulista de Circo, Piracicaba – SP
Espaço Cultural Pés no Chão, Ilhabela- SP
Circo Navegador, São Sebastião – SP
Associação Beira Mar, Gamboa-SC
Praça de Xique Xique de Igatu – BA
2017
Circuito Cultural Paulista em oito cidades do interior de São Paulo
Circo Navegador São Sebastião – SP
1* Festival de Inverno de Joanópolis – SP
Sesc Boulevard e Casarão dos Bonecos em Belém do Pará – PA
2016
19* Festival Dança e Movimento – Ilhabela, nas comunidades Bonete e Castelhanos, Ilhabela – SP
2015
Se essa Rua Fosse Minha – Itaú Cultural, São Paulo – SP
Festa da Tainha, Ilhabela – SP
2014
SESC Santo Amaro – São Paulo – SP
Shopping Atlântico, Balneário Camboriú – SC
Projeto Contém Cultura do Instituto Caracol, Navegantes – SC
Espaço Arte e Memória, Xique Xique do Igatu – BA
2013
Ciranda da Paz; Areia Branca do Mosqueiro; Brincalendo do Instituto Brasil Leitor Aracaju – SE
Barra dos Coqueiros; Rosário do Catete; Dia de Todas as Crianças, Governo de Sergipe
Parque da Cidade, Aracaju – SE
Projeto Brincando com Arte nas unidades do Projeto Caravana da Esperança – Brasil
SESC Sergipe
Centro Cultural Casa das Máquinas e Namaha, Florianópolis – SC
2012
Pés no Chão, Ponto de Cultura, Ilhabela – SP
Asilo Nossa Senhora das Mercedes, São Caetano – SP
2011
Projeto Brincar com Arte em diversos SESCs
I Festival de Teatro Sergipano – SE
Fórum da Juventude Ginásio Constâncio Vieira – SE
II Encontro Cultural – Povoado Santo Antônio, Igreja do Povoado de Aguada – SE
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