CULTURA | Tetê Brandolim, artista revelada aos 83 anos, faz campanha para realizar um sonho e lançar livro

A campanha de financiamento coletivo para a publicação do livro “O Jardim de Tetê”, da artista plástica Tetê Brandolim foi o caminho encontrado para realizar o sonho de ver publicada a obra que conta a história da sua reinvenção.

Tetê tem uma trajetória singular no universo das artes. Perseguiu o desejo de ler e escrever até os 83 anos, quando, finalmente, encontrou a educadora Jany DiLourdes Nascimento, que partiu de elementos familiares a ela para apresentar a palavra escrita, o método Paulo Freire. E tudo começou com a receita de pão que ela costumava fazer em casa.

Junto com a alfabetização, veio a autoconfiança, o aumento da autoestima, a criatividade aflorou e o resultado são mais de 450 quadros, em um espaço de cinco anos, 15 exposições entre individuais e coletivas. Autodidata ela usa uma técnica única com a chita (o mais brasileiro dos tecidos), na qual as flores são recortadas uma a uma para darem lugar a novos desenhos e formas a partir delas.

Além de trazer a história de Tetê para um publico mais amplo, a publicação do livro pretende estimular que outros talentos escondidos também floresçam. A campanha é pelo Catarse e o link é para participar ou conhecer um pouco mais da obra ou da vida de Tetê Brandolim é o https://www.catarse.me/tete.

A ideia do livro que reúne mais de 100 obras e a história de vida da artista foi da filha, a jornalista Maria Zulmira de Souza, a Zuzu, que depois de fazer cerca de seis mil histórias se deu conta de que tinha um caso e tanto perto dela. Como gosta de lembrar, a história da mãe é universal: “Só no Brasil cerca de 14 milhões de jovens e adultos não têm ou não tiveram acesso à escola, vivendo com dificuldade em um mundo voltado para quem lê e escreve”. A coautoria do livro é de Cristiana Camargo e reúne também textos de outras pessoas que foram essenciais no processo de Tetê.

Aos 88 anos, Tetê tem muitos sonhos. O próximo é ir para Nova Iorque para conhecer a cidade que só viu pela TV, de preferência, levando as suas obras e o seu livro. “Eu nunca esperei ter uma velhice assim com tantas coisas boas acontecendo quero continuar fazendo a minha arte, os meus jardins até o dia que Deus me der força. É o trago de dentro de mim para compartilhar com as pessoas. É minha forma de agradecer pela vida”.

Campanha Catarse