A aplicação da Prova Nacional do Docente (PND), realizada neste domingo (26) em todo o país, vem gerando uma onda de denúncias de irregularidades em diferentes locais, com destaque para Gavião Peixoto (SP). Considerada o “Enem do Professor”, a avaliação organizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) tinha como objetivo avaliar competências e conhecimentos dos docentes da rede pública, mas acabou sendo marcada por queixas de desorganização, improviso e falhas na fiscalização.
Vídeos e mensagens que circulam em grupos de WhatsApp de professores mostram candidatos realizando a prova em grupo, sem espaçamento mínimo, e até mesmo sem lugares adequados para sentar. Em algumas imagens, é possível observar docentes dividindo mesas e cadeiras, o que, segundo os relatos, comprometeu a lisura e a isonomia do processo seletivo.
As reclamações também chegaram ao site Reclame Aqui, onde candidatos relataram o cenário caótico em escolas de aplicação. Em um dos registros, uma participante detalha. “Compareci ao local designado para a realização do exame, na E.E. Brigadeiro Gavião Peixoto (Perus/SP), e o local não apresentava qualquer estrutura adequada — sem mesas nem cadeiras suficientes. Muitos candidatos foram realocados de forma improvisada em refeitórios, salas de informática e na sala dos professores, todos sentados um ao lado do outro e de frente uns para os outros. A prova, prevista para iniciar às 13h30, começou somente a partir das 13h55 em alguns casos. Paguei R$ 85,00 pela inscrição e não tive garantido o direito básico de realizar a avaliação em igualdade de condições.”
O denunciante pediu o cancelamento da prova, o reembolso da taxa de inscrição e uma posição oficial da FGV sobre as providências cabíveis.
Professores que participaram da PND reforçam o pedido de anulação do exame, alegando que as condições violaram direitos e comprometeram a credibilidade da avaliação. “Houve prova coletiva, falta de estrutura e ausência de controle. Muitos foram prejudicados e queremos que o exame seja anulado”, afirmou um docente que preferiu não se identificar.
Nas redes sociais, cresce o movimento de professores exigindo transparência, igualdade de condições e uma reaplicação justa da prova em todo o país.
OUTRO LADO
O portal Região em Destake solicitou ao Ministério da Educação (MEC), via e-mail, um pronunciamento oficial sobre as denúncias de irregularidades na aplicação da Prova Nacional do Docente (PND). Em reposta, o MEC, por meio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), informou que tomou conhecimento dos relatos por meio de seu sistema de monitoramento e que já notificou a Fundação Getulio Vargas (FGV) — responsável pela execução da prova — para que adote as medidas contratuais cabíveis.
Segundo a nota enviada à imprensa:
1. Assim que tomou conhecimento dos relatos de possíveis intercorrências na aplicação da Prova Nacional Docente por meio de seu sistema de monitoramento, o Inep notificou a empresa aplicadora – Fundação Getulio Vargas – para que fossem tomadas todas as providências contratuais previstas.
2. A empresa aplicadora afirmou que, ao ser noticiada pelo Inep, adotou de forma imediata ações de remanejamento, buscando assegurar o atendimento a todos os participantes.
3. Os relatórios de avaliação estão sendo minuciosamente analisados para garantir as condições de equidade e pleno direito dos participantes.
4. O Inep reitera seu compromisso com a lisura da execução dos seus exames e reforça que serão adotadas todas as medidas necessárias para que nenhum participante seja prejudicado.
O MEC destacou ainda que acompanha de perto todas as etapas do processo e que eventuais falhas identificadas serão apuradas com rigor. Até a conclusão da análise, o Ministério não descarta a possibilidade de adoção de medidas complementares, como reaplicação parcial da prova ou ajustes nos critérios de correção, caso seja comprovada a perda de isonomia entre candidatos.



















