Fotos e reportagem: Paulo Melo
A tarde desta sexta-feira, 05, foi de debate quente na Imobiliária Cardinali, em São Carlos. O deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) desembarcou na cidade para falar sobre a reforma tributária aprovada pelo Congresso Nacional — e não economizou nas críticas. O encontro foi organizado pelo empresário Italinho Cardinali, Cidinha Rabelo e Fernando Aiello, com presença do vereador Júlio Cesar, presidente do PL local.
Logo no início, o deputado já soltou o verbo: segundo ele, o modelo aprovado “aumenta a centralização de poder e de arrecadação em Brasília”, tirando força dos municípios. Para Luiz Philippe, a mudança pode engessar políticas públicas locais e reduzir a capacidade das cidades de decidirem seu próprio caminho. “É um sistema que aperta o controle federal e deixa prefeitos de mãos atadas”, disparou.
Ao longo da palestra, o parlamentar voltou a defender que o Brasil precisa ir na direção oposta: menos Brasília, mais autonomia local. Para ele, somente um sistema tributário descentralizado, com menos amarras e mais liberdade econômica, é capaz de destravar crescimento e geração de empregos. “A promessa de simplificação não veio acompanhada de autonomia. Criaram um monstro que interfere em tudo e ainda complica a vida do setor produtivo”, afirmou.

Luiz Philippe também alertou que a reforma pode atingir diretamente as cadeias produtivas regionais. Sem poder gerenciar sua própria arrecadação, diz ele, os municípios podem perder competitividade e capacidade de investimento. “Não é Brasília que conhece a realidade econômica de cada cidade”, reforçou.
A fala encontrou eco em empresários, profissionais liberais e moradores que lotaram o espaço para acompanhar o debate. Para os organizadores, trazer o deputado a São Carlos ajuda a ampliar a discussão sobre temas que influenciam o bolso e o desenvolvimento da região.
A visita integra uma série de encontros que Luiz Philippe tem realizado pelo estado, repetindo a crítica de que a reforma tributária, do jeito que passou, “não entrega o que promete” e ainda precisa ser revista com foco em descentralização, eficiência e fortalecimento das regiões.
















