O Informativo Econômico ACISC desta sexta-feira (24), traz uma análise detalhada sobre as medidas de desigualdade de rendimentos e qualificação profissional no mercado de trabalho formal em São Carlos, com base em dados do Ministério do Trabalho e de organismos nacionais e internacionais. O levantamento reforça a importância da formalização do emprego e das empresas, que garante o financiamento da Seguridade Social — responsável pelos investimentos em educação, saúde e previdência.
Segundo o estudo, dois indicadores são fundamentais para compreender as diferenças de rendimento entre os trabalhadores: o diferencial de gênero e o porte da empresa. No Brasil, as mulheres ganham em média 88% dos rendimentos dos homens, enquanto em São Carlos essa proporção é ainda menor, chegando a 80%. Ou seja, mesmo ocupando funções semelhantes, as mulheres recebem 20% a menos do que os homens.
Outro dado relevante mostra que os trabalhadores de médias e grandes empresas têm remuneração 75% maior do que aqueles empregados em micro e pequenas empresas. Essa diferença de 175% evidencia a relação direta entre o porte empresarial e a capacidade de geração de renda.
Para o economista Elton Casagrande, do Núcleo Econômico da ACISC, os números revelam um desafio estrutural do mercado de trabalho. “As diferenças salariais não estão apenas relacionadas ao cargo, mas também ao acesso à qualificação, ao tamanho da empresa e às oportunidades de crescimento. Mesmo com o avanço da escolaridade feminina, a remuneração ainda não reflete essa realidade. É preciso que políticas públicas e empresariais promovam maior equidade de oportunidades e valorizem a formação profissional”, destacou.
O relatório também analisa o aspecto da qualificação profissional, medido pela escolaridade. Em São Carlos, as mulheres com ensino médio e superior completos são maioria entre os trabalhadores formais, o que demonstra um maior nível de escolaridade feminina no mercado local. Apesar disso, o avanço educacional ainda não se traduz em igualdade salarial.
A presidente da ACISC, Ivone Zanquim, ressaltou que o levantamento reforça a necessidade de ações contínuas de capacitação e valorização profissional. “A qualificação é a base para o desenvolvimento econômico e social. Em São Carlos, temos mulheres com alta formação, engajadas e produtivas, mas ainda enfrentando desafios na equiparação de renda. A ACISC tem atuado para ampliar oportunidades de capacitação e conscientização junto ao empresariado, promovendo um mercado mais justo, inclusivo e competitivo”, afirmou.
O Informativo Econômico ACISC é produzido periodicamente pelo Núcleo Econômico da entidade, com o objetivo de oferecer diagnósticos e indicadores sobre o desempenho do mercado de trabalho e da economia local. A publicação completa está disponível no site acisc.com.br.



















