
Novo presidente do PT, Edinho chama militância à luta contra o fascismo e por um projeto popular [Site do PT]
O 17º Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores, realizado em Brasília neste fim de semana, marcou uma virada estratégica na condução da legenda. Além de intensos debates programáticos e discursos de forte posicionamento político, o evento oficializou o nome do ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, como novo presidente nacional do PT. Ele assume o cargo nesta segunda-feira (4), com a missão de fortalecer a organização de base, ampliar o diálogo com a classe trabalhadora e reafirmar o compromisso histórico do partido com a democracia e os direitos sociais.
Com quatro décadas de militância no partido, Edinho inicia o mandato com um chamado à mobilização. “Quero ser presidente de um partido vivo, atuante e comprometido com o povo”, afirmou. Em sua fala, ele destacou que a eleição de Lula em 2026 será mais um passo na luta contra o fascismo, posicionando o PT como protagonista no enfrentamento a ameaças democráticas no Brasil e no mundo. “Estamos enfrentando o maior líder fascista do século 21, que é Donald Trump”, declarou.
Base forte, partido popular
Edinho reforçou a importância da militância de base e da reativação dos núcleos como espaços de decisão e consciência de classe. “Mandato não substitui instância partidária”, disse. Ele alertou para o afastamento de setores da juventude e da nova classe trabalhadora, propondo reorganizar o partido a partir da educação popular e da economia solidária, com cooperativas e orçamento participativo nas gestões petistas.
A proposta é de um PT enraizado nas lutas concretas, com atenção à retomada do contato direto com os movimentos sociais e territórios populares. “O partido precisa estar ao lado de quem luta nas periferias, no campo, nas universidades e locais de trabalho”, disse Edinho.
Agenda própria e olhar para o futuro
Além de celebrar os avanços do governo Lula, o novo presidente defende que o PT mantenha sua própria agenda programática. Entre os temas centrais estão:
- Transição energética justa
- Reindustrialização com foco em ciência e tecnologia
- Segurança pública com base em direitos humanos
- Universalização da educação integral e da primeira infância
Edinho também defendeu a tarifa zero no transporte público como bandeira prioritária, visando a inclusão social da classe trabalhadora, e retomou a proposta de uma nova jornada de trabalho, como forma de garantir tempo para lazer, estudo e convivência familiar.
Amazônia, SUS e soberania
Ao abordar temas estratégicos, o novo dirigente propôs a criação de um fundo com riquezas da costa equatorial para o reflorestamento da Amazônia, rejeitando a exploração ilegal de recursos naturais. Reforçou também a necessidade de fortalecer o SUS, aprimorando seus mecanismos de financiamento, e defendeu a soberania nacional sobre as chamadas terras raras, insumos fundamentais para a indústria de alta tecnologia.
Reforma política e unidade
Edinho apontou ainda a urgência de uma reforma política que reduza o número de partidos e torne mais claro o debate de projetos de país. Para ele, o atual sistema está esvaziando o presidencialismo e dificultando a governabilidade.
“É mais fácil debater um projeto de nação com quatro, cinco, seis partidos, do que permitir que uma agenda nacional seja engolida pelo varejo do Congresso”, argumentou.
Compromisso com o futuro
Com tom mobilizador e firmeza ideológica, Edinho Silva assume a presidência do maior partido de esquerda da América Latina em um momento decisivo para o país. Sua gestão promete reconectar o PT com suas raízes populares, construir alianças com os movimentos sociais e manter o partido como instrumento de transformação social.
Ao encerrar sua participação no encontro, Edinho reforçou: “Ser presidente do PT é, acima de tudo, estar a serviço do povo brasileiro e da luta por um Brasil mais justo, democrático e solidário”.