O vereador Moisés Lazarine (PL) concedeu entrevista à São Carlos FM na manhã desta sexta-feira (7), no programa Primeira Página no Ar, e comentou sobre o pedido de apuração apresentado na Câmara Municipal sobre uma fala sua, considerada ofensiva por adversários políticos e entidades do movimento negro. O parlamentar negou ter cometido qualquer ato de discriminação e classificou as acusações como “manipulação política e leviana”.
“Até o momento, ainda não tive nenhuma comunicação oficial da Câmara. Só soube pela imprensa e por falas de alguns vereadores. Assim que for notificado, vou apresentar toda a documentação necessária e dar a resposta adequada a essa falsa acusação de crime, algo que considero muito grave”, afirmou.
Segundo Lazarine, o episódio teria se originado após uma sessão legislativa em que defendeu a Polícia Militar contra uma moção de repúdio apresentada por vereadores de esquerda, referente a uma ação policial em uma festa clandestina.
O parlamentar explicou que buscou informações diretamente com o comando da corporação e que, depois de subir à tribuna em defesa da instituição, passou a ser alvo de ataques políticos. “Foi uma vingança. Eu defendi a Polícia Militar, e eles não aceitaram. Usaram a primeira brecha para tentar me incriminar. Foi uma decisão política, uma tentativa de criar um fato para me desgastar publicamente”, declarou.
Defesa da Polícia Militar
Durante a entrevista, o vereador fez longas considerações sobre o papel da Polícia Militar e a importância de respeitar os profissionais da segurança pública.
Segundo ele, é “inaceitável” que se tente generalizar condutas e acusar de racismo uma instituição “composta por homens e mulheres que arriscam a vida diariamente”. “Esses profissionais deixam suas famílias, aniversários e feriados para proteger a população. Tentar manchar essa imagem é injusto e covarde”, disse. “A Polícia Militar é uma das instituições mais sérias que temos, e não pode ser atacada por motivações ideológicas.”
O vereador também afirmou que defende o combate ao racismo, mas criticou o que chamou de “uso político de pautas nobres” por setores da esquerda. “Sou contra qualquer ato de racismo, mas é lamentável ver pessoas usando uma causa tão importante para atacar seus adversários. Quando tudo passa a ser preconceito, nada mais é levado a sério”, afirmou.
Polêmica nas redes e resposta às críticas
Lazarine rebateu as críticas feitas por uma vereadora que o acusou de racismo em rede social e durante a sessão. Ele afirmou que suas falas foram “tiradas de contexto e manipuladas” e voltou a relacionar a denúncia à militância política. “Pegaram um vídeo recortado, manipularam as palavras e espalharam como se eu tivesse dito algo que não falei. Isso é desonesto. Essa pessoa que me acusou publicamente é defensora e eleitora do Lula, e veio a público distorcer os fatos. Isso é uma perseguição ideológica, uma tentativa de me calar”, disse o vereador.
Em diversos trechos da entrevista, o parlamentar fez duras críticas ao governo federal e aos partidos de esquerda. Segundo ele, “a esquerda usa pautas como racismo, direitos humanos e igualdade de gênero para promover agendas ideológicas” e para “dividir a sociedade”. “Eles colocam o rico contra o pobre, o branco contra o negro, o homem contra a mulher. É assim que criam confusão e tentam se colocar como os salvadores das minorias”, declarou. “Mas eu defendo segurança, saúde e justiça social para todos, sem distinção de cor, religião ou posição política.”
Origem humilde e trajetória pública
Ao final da entrevista, o vereador destacou sua trajetória pessoal, lembrando que nasceu e cresceu no distrito de Santa Eudóxia, trabalhou na roça até os 18 anos e pagou os estudos com diversos empregos. “Sou de família simples, de servidores públicos. Tenho irmãos policiais, professoras e enfermeiros. Trabalhei na Eletrolux por 12 anos, vendi sorvete e produto de Herbalife para pagar a faculdade. Tenho orgulho da minha história”, contou.
Lazarine afirmou ainda que pretende continuar atuando como vereador e não é pré-candidato a deputado, como chegou a ser especulado. “Sou muito grato a Deus e à população por estar onde estou. Meu compromisso é com São Carlos. Se um dia for para dar outro passo, será no tempo certo”, disse.
“Vou transformar essa representação em troféu”
O vereador disse que, caso o processo disciplinar avance na Câmara, não se intimidará com as acusações e pretende usar o episódio como símbolo de resistência política. “Se essa representação for protocolada, vou colocar o documento em um quadro e pendurar no meu gabinete como troféu. Ser atacado pela esquerda, para mim, é motivo de orgulho. Isso mostra que estou no lado certo da sociedade”, declarou.
Por fim, Lazarine afirmou esperar que “o bom senso prevaleça” e que os adversários políticos “reflitam sobre o papel absurdo e ridículo que estão desempenhando”. “Estou tranquilo, confiante na verdade e na Justiça. No momento certo, darei a resposta dentro da lei, sem me rebaixar ao nível de quem tenta me difamar”, concluiu.
Ouça a entrevista na íntegra:

















