Graças à determinação, garra e competência da equipe de Araraquara, Ferroviária representou bem o Brasil na Argentina
Se uma boa equipe de futebol masculino ou feminino tem que começar com um bom goleiro, a Ferroviária vai além: além de boa goleira, a titular das Guerreiras Grenás, Luciana, também tem sorte de campeã, fator determinante para a conquista do bicampeonato da Libertadores da América, no domingo (21), no estádio do Vélez Sarsfield de Buenos Aires, na Argentina, após a vitória por 2 a 1 sobre o América de Cali, da Colômbia.
Uma das principais responsáveis pela classificação do time na semifinal da competição, ao defender três cobranças de pênaltis na vitória por 7 a 6, na quinta-feira (18), contra a Universidad do Chile (após o empate sem gols no tempo normal), Luciana não só fez defesas importantes contra o América, como viu três bolas indefensáveis bater em suas traves, o que manteve o placar inalterado.
A Ferroviária fez o primeiro gol logo aos sete minutos de jogo, com Sochor, de falta, que contou com a falha da goleira colombiana, Tapia. Sofreu o empate aos 39 minutos, marcado por Catalina Usme, de pênalti, e chegou ao segundo gol, que garantiu o título, através de Aline Milene, também de pênalti, aos 42min. Todos os gols foram marcados no primeiro tempo.
Vale destacar que na segunda etapa da decisão, o América pressionou bastante, com vários chutes a gol. Aí, mais uma vez brilhou a estrela de Luciana, que além de boas defesas, ainda viu três bolas se chocarem contra as traves, para a sorte das competentes guerreiras que, com garra e determinação, suportaram bem a pressão adversária.
A treinadora campeã da América, Lindsay Camila, que assumiu a Ferroviária em janeiro deste ano, comemorou bastante o título junto com as atletas. “Ter a melhor goleira do Brasil e uma equipe que sabe jogar mata-mata, só pode dar este resultado”, resumiu.
O prefeito Edinho destacou a conquista grená em suas redes sociais. “Araraquara é a capital nacional do futebol feminino. E, hoje, a América do Sul é grená. O futebol feminino de Araraquara foi um projeto iniciado em 2001, no meu primeiro mandato como prefeito, e deu muito certo. Parabéns à diretoria da Ferroviária, em nome do presidente Carlos Salmazo. Parabéns aos investidores que oferecem a estrutura necessária, parabéns aos patrocinadores. Parabéns à comissão técnica e à primeira treinadora mulher campeã da Libertadores, Lindsay Camila. E parabéns a todas as atletas, às nossas guerreiras grenás. Como diz o hino, o povo está feliz. Ferroviária, orgulho de Araraquara, do Brasil e da América”, declarou o prefeito.
HISTÓRICO
O time das bicampeãs na final em Buenos Aires teve Luciana, Monalisa (depois Rafa Mineira), Yasmin (Gessica), Ana Alice, Barrinha, Carol Tavares, Luana, Nicoly; Sochor; Lurdinha (Daiane), Aline Milene (e Duda).
Por conta da Covid-19, a Libertadores 2020 foi disputada entre os dias 5 e 21 de março, em Buenos Aires, por 16 equipes. E o título começou a ser desenhado para a Ferroviária no dia 15, quando ganhou do River Plate por 1 a 0, pelas quartas de final.
A classificação para as quartas veio após a goleada por 4 a 1 sobre a mesma Universidad de Chile, no dia 12. Até então, havia empatado em 1 a 1 com o Peñarol do Uruguai, dia 9, e perdido na estreia por 4 a 0 para o Libertad Limpeño, do Paraguai, em 6 de março.
Nunca é demais lembrar: as Guerreiras Grenás foram campeãs da Libertadores da América primeiro na Colômbia, em 2015, e vice-campeãs no Equador, em 2019. Já o êxito na Argentina veio após ter entrado nessa competição com a conquista do Campeonato Brasileiro Feminino de 2019.
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