
O Poder Judiciário recebeu, nesta quarta-feira (13), a denúncia do Ministério Público que torna réus os sete acusados de envolvimento na morte do casal de empresários José Eduardo Ometto Pavan e Rosana Ferrari, encontrados mortos dentro de uma caminhonete em uma chácara na cidade de São Pedro, no dia 4 de abril. A Justiça também acatou o pedido de prisão preventiva para todos os investigados, que permanecerão encarcerados enquanto o processo tramita.
Segundo o DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais) da Polícia Civil de Piracicaba, os advogados do casal, residentes em um condomínio de luxo na cidade de São Carlos, seriam os mandantes do crime, motivados pelo interesse no patrimônio milionário das vítimas. A investigação aponta que eles teriam orquestrado um sofisticado esquema de dilapidação patrimonial, transferindo bens de alto valor das vítimas para si sob a alegação de “blindagem patrimonial”, utilizando documentos falsificados, notas fiscais inexistentes e decisões judiciais adulteradas. Estima-se que o prejuízo financeiro às vítimas possa ter chegado a R$ 20 milhões.
Ainda de acordo com as investigações do DEIC, a execução do homicídio envolveu cinco outros suspeitos. Dois deles atuaram como executores diretos do crime, enquanto os demais forneceram a arma e outros recursos necessários para a prática do assassinato. Todos receberam pagamento como recompensa pelo envolvimento no homicídio.
A investigação, conduzida pela 3ª Delegacia de Homicídios do DEIC – Deinter 9 de Piracicaba, resultou na Operação Jogo Duplo, deflagrada em 17 de junho, que levou à prisão dos advogados e dos executores iniciais do crime. Uma segunda fase da operação, em 17 de julho, prendeu os demais três suspeitos após análise de documentos e aparelhos de comunicação apreendidos.
O crime está tipificado como homicídio qualificado, associação criminosa, estelionato, falsidade ideológica, uso de documento falso, ocultação de cadáver e fraude processual. O caso chamou atenção pelo planejamento detalhado, que dividiu claramente os papéis entre mandantes, executores e facilitadores.
As investigações detalham que os advogados teriam sido os mentores intelectuais do crime, enquanto dois dos acusados atuaram como executores diretos e outros três foram responsáveis por fornecer a arma e dar suporte à execução do plano. A prisão preventiva de todos os envolvidos garante que o processo prossiga sem risco de interferência na apuração dos fatos, segundo o DEIC de Piracicaba.
O caso segue sendo acompanhado de perto pelo Ministério Público e pela Polícia Civil, que reforçam o caráter inédito do esquema criminoso envolvendo profissionais do Direito e a violência contra o casal.
A defesa do casal de advogados nega as acusações.
Nossa redação entrou em contato por telefone com o Dr. Reginaldo Silveira, mas as ligações não foram atendidas.