
Moisés Lazarine durante entrevista à São Carlos FM: “Mandato missionário, com foco no povo”
Em uma contundente entrevista concedida ao programa Primeira Página no Ar, da rádio São Carlos FM, na manhã desta terça-feira (29), o vereador Moisés Lazarine (PL) fez sua primeira participação na emissora desde que reassumiu uma cadeira na Câmara Municipal como titular, após vacância do ex-vereador Leandro Guerreiro (PL). Em tom confessional, o parlamentar falou sobre sua trajetória, criticou duramente o governo Lula e o Supremo Tribunal Federal e prometeu um mandato voltado ao “interesse público, com base cristã e conservadora”.
Logo no início da entrevista, o parlamentar leu um versículo bíblico (Daniel 2:21) e dedicou seu retorno a Deus. “Eu nasci na roça, trabalhei até os 18 anos no campo. Só Deus para me colocar aqui de novo. Esse é o meu terceiro mandato, e venho com o compromisso de fazer um mandato missionário”, afirmou.
Críticas à esquerda e defesa de Bolsonaro
Assumidamente de direita, Lazarine não poupou críticas ao comentar o atual cenário político nacional. Ele acusou o governo federal de estar se aliando a ditaduras e se distanciando das democracias. “O Brasil não vive mais uma democracia, vive uma juristocracia. Quem manda é o Judiciário”, disparou.
Ao ser questionado sobre o aumento de tarifas sobre importações americanas, que afetará vários setores a partir de agosto, o vereador isentou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de qualquer responsabilidade. “O culpado pelo tarifaço é Lula e o STF, que virou um partido aliado do PT. O Eduardo não tem culpa. O governo brasileiro está isolando o país das democracias e se aliando ao eixo do mal”, declarou.
Lazarine ainda comentou episódios do passado envolvendo o movimento sindical, criticando lideranças da época e relembrando embates sobre o uso de veículos sindicais em manifestações como a “Marcha da Maconha”, além de conflitos sobre o papel da Polícia Militar. “Não aceitavam as minhas posições conservadoras. Foi aí que vi que não era o meu lugar.”
Bastidores locais: tensão com o vereador Dé Alvim
Em nível municipal, o parlamentar também foi questionado sobre um suposto embate recente com o vereador Dé Alvim (Solidariedade), a quem foi atribuída uma cobrança por conta de uma possível ação judicial envolvendo candidaturas nas eleições passadas. Lazarine negou o conflito e afirmou estar tranquilo. “Não entrei com nenhuma ação, declinei desde o início. Se alguém entrou, não fui eu. Minha consciência está limpa.”
Viagem a Brasília e projetos para São Carlos
Na entrevista, o vereador também revelou que esteve em Brasília para contatos políticos e busca de recursos. Disse ter visitado gabinetes de senadores paulistas e discutido projetos sociais, principalmente voltados à recuperação de dependentes químicos. Embora não tenha revelado detalhes, afirmou que pretende apresentar as propostas ao prefeito Netto Donato (PP) nos próximos dias.
Antes de ir à capital federal, Lazarine também participou de um curso da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), em Campinas, e defendeu a criação de formações em gestão pública para vereadores e até mesmo para a população. “Falta preparo técnico na política. Precisamos mudar isso com formação e conhecimento”, pontuou.
Mandato missionário e promessas de atuação municipalista
Ao final da entrevista, Lazarine reforçou que pretende se manter próximo da população, com ações como o gabinete móvel nos bairros. Disse que priorizará temas como segurança pública, mobilidade urbana, educação e cultura. “Pretendo fugir de fofoca e picuinhas. Quero retribuir cada voto com trabalho. Quem paga o meu salário é o povo.”
Lazarine também se comprometeu a atuar com firmeza, mas respeitando o campo democrático. “Não estou aqui para fazer ataques pessoais. Mas minhas posições ideológicas são claras e não abro mão delas.”
A entrevista completa, marcada por tom religioso, conservador e com críticas incisivas à esquerda, deve pautar o comportamento do vereador nas sessões da Câmara, que retomam na próxima terça-feira (5).