As obras da terceira faixa da Rodovia Washington Luís (SP-310), administrada pela concessionária Eixo SP, voltaram a modificar o trânsito em Rio Claro, reacendendo o debate sobre os impactos da execução e o cronograma prolongado das intervenções. A partir desta quarta-feira (5), uma das faixas da pista no sentido bairro-centro sob o viaduto do trevo da Viviani será interditada para posicionamento de máquinas, equipamentos e estacionamento de caminhões, o que deve comprometer a fluidez do tráfego local.
Segundo a concessionária, trata-se da primeira de cinco etapas das obras estruturais de adequação do viaduto, com conclusão total prevista apenas para julho de 2026. Até lá, motoristas e pedestres devem conviver com desvios, lentidão e aumento no tempo de deslocamento. A passagem de pedestres também foi bloqueada no sentido bairro-centro, obrigando o uso da ciclovia no canteiro central — medida que, segundo moradores, coloca em risco quem precisa circular a pé diariamente pela região.
Apesar de a empresa argumentar que o objetivo é “aumentar a segurança e melhorar a mobilidade urbana”, o fato é que as obras vêm gerando reclamações constantes de motoristas e comerciantes locais. O tráfego intenso de caminhões e o fechamento parcial das vias têm provocado engarrafamentos diários, especialmente nos horários de pico. “Prometem fluidez, mas entregam congestionamento e barulho o dia todo”, relatou um morador da região em tom de frustração.
Outro ponto de insatisfação é a falta de agilidade. As obras de ampliação dos viadutos — consideradas a parte mais complexa do projeto — seguem sendo prorrogadas. No caso do dispositivo localizado no km 176, o prazo foi estendido para abril de 2026, empurrando ainda mais o cronograma original. A justificativa oficial é a necessidade de ajustes técnicos, mas, na prática, a população se vê obrigada a conviver por quase dois anos com interdições, desvios e poeira.
Com investimento total de R$ 260 milhões, o projeto de implantação da terceira faixa entre Cordeirópolis e Corumbataí promete 80 quilômetros de pista ampliada. Contudo, o saldo imediato para Rio Claro é de lentidão, insatisfação e desgaste. Enquanto a Eixo SP celebra o “avanço em mobilidade”, quem enfrenta o trânsito diário enxerga um cenário bem diferente: o de uma obra que parece não ter fim.

















