
Escolher uma carreira ainda é uma das decisões mais desafiadoras para muitos jovens. Para a psicóloga e orientadora profissional Patrícia de Paula França, essa escolha vai muito além dos testes vocacionais e passa, antes de tudo, por um profundo processo de autoconhecimento. “Muita gente erra na escolha porque não se conhece”, afirmou Patrícia em entrevista concedida nesta segunda-feira (21) ao programa Primeira Página no Ar, da São Carlos FM.
Segundo a profissional, o trabalho de orientação começa justamente por ajudar o jovem a identificar seus talentos, habilidades, limitações e preferências pessoais. “A gente sempre pergunta ‘o que você quer ser quando crescer?’, mas raramente se fala sobre o que a pessoa *não* quer ser. Isso também é importante, pois elimina possibilidades e ajuda a clarear o caminho”, explicou.
Patrícia usou sua própria história como exemplo. “Quando criança, eu queria ser veterinária, porque amava animais. Mas percebi que, emocionalmente, eu não aguentaria lidar com perdas. Então, escolhi a psicologia, que também está ligada ao cuidado, mas de uma forma mais compatível com minhas competências”, contou.
Pressões e frustrações
Durante a entrevista, a psicóloga alertou para as pressões familiares e sociais que muitos adolescentes enfrentam. “Desde o ultrassom, quando descobrem o sexo da criança, já surgem expectativas: ‘ele vai seguir a empresa do pai’, ‘ela vai fazer medicina como a mãe’… E quando isso não se realiza, surgem frustrações — tanto nos pais quanto nos filhos”, observou.
Ela lembrou que muitos jovens acabam seguindo carreiras por influência externa ou por idealização de figuras de sucesso. “Às vezes a pessoa não quer ser um economista, ela quer ser *como* aquele economista que ela admira. Mas na hora que se depara com as exigências da profissão, percebe que não é bem aquilo.”
Etapas do processo
O processo de orientação conduzido por Patrícia envolve entrevistas, aplicação de testes de personalidade e de interesse profissional validados pelo Conselho Regional de Psicologia, e até mesmo atividades de campo. “Se o jovem tem interesse por psicologia, por exemplo, a gente sugere que ele converse com profissionais da área, veja a grade curricular dos cursos, busque informações práticas.”
Outro aspecto abordado na entrevista foi o suporte emocional prestado durante a orientação. “Ansiedade e insegurança são muito comuns, especialmente após a pandemia. Em muitos casos, além da orientação, é necessário um acompanhamento psicológico mais aprofundado”, pontuou.
Também para adultos
A psicóloga reforçou que a orientação profissional não é exclusiva para adolescentes. “Atendo muitos adultos frustrados que seguiram caminhos por pressão ou por conveniência, e hoje estão infelizes. Às vezes a pessoa está empregada, tem estabilidade, mas levanta todos os dias sem motivação, com o sentimento de que está no lugar errado.”
Patrícia também chamou atenção para quem busca recolocação no mercado de trabalho. “Tem muita gente que distribui o mesmo currículo para farmácia, mercado e indústria. É preciso foco. Saber onde suas habilidades realmente se encaixam é essencial para conseguir uma vaga com mais chance de permanência.”
Contato
Para os interessados em realizar testes vocacionais ou iniciar um processo de orientação, Patrícia atende pelo telefone e WhatsApp: (16) 99223-7848. No Instagram, está no perfil @patriciappfpsi. “O mais importante é se conhecer e fazer escolhas alinhadas com quem você é. Isso evita adultos frustrados no futuro”, concluiu.
[metaslider id=”126182″]
[metaslider id=”126182″]
[metaslider id=”126182″]