
Após a publicação de um vídeo no Facebook, nesta terça-feira (19), pelo cidadão são-carlense Ivan do Amaral, o qual relatou que sua neta teria esperado mais de duas horas e meia para ser atendida, além de apontar desorganização e suposta escassez de médicos no Hospital Municipal de Ibaté, o portal Região em Destake entrou em contato com a atual gestão municipal para buscar entendimento sobre o que havia ocorrido na unidade.
Em nota oficial enviada à nossa redação, a direção do Hospital afirma que os dados apresentados no vídeo não correspondem aos registros oficiais. Conforme o hospital, a criança deu entrada no Pronto Atendimento às 14h52 e recebeu todos os procedimentos médicos, incluindo acolhimento, avaliação e medicação, às 16h30. “O tempo total de atendimento foi de 1h38, significativamente inferior ao relatado no vídeo”, informou a direção.
Quadro médico e organização do atendimento
A unidade explicou que, no momento do atendimento, contava com três médicos de plantão, além de equipes de enfermagem, conduzindo simultaneamente dois casos de urgência. A instituição reforça que o fluxo segue protocolos do Ministério da Saúde, priorizando pacientes em estado mais grave. “Situações críticas recebem prioridade imediata, o que pode gerar algum tempo de espera para casos considerados menos urgentes. No entanto, a paciente em questão recebeu toda a assistência necessária, sem risco à sua saúde”, disse a nota.
O Hospital de Ibaté destacou que, na data do atendimento relatado, foram registrados mais de 354 atendimentos em 24 horas, a maior demanda diária dos últimos dois meses. Para a direção, o número reforça a sobrecarga enfrentada pelas equipes, mas não comprometeu a segurança ou a qualidade do atendimento. “Nosso compromisso é garantir assistência médica humanizada, eficiente e segura a todos os munícipes, mesmo em dias de maior movimento”, afirmou o comunicado oficial.
A direção do hospital reafirmou o compromisso com a ética, transparência e qualidade no serviço público. “Compreendemos a preocupação de familiares, mas é fundamental que as informações divulgadas estejam alinhadas à realidade registrada em prontuário e à conduta profissional da equipe hospitalar”, destacou a nota.
O hospital informou ainda que segue investindo em melhorias contínuas, incluindo treinamento de equipes, gestão de fluxo de pacientes e acompanhamento de indicadores de atendimento, com o objetivo de reduzir tempos de espera e otimizar a experiência de todos os usuários do sistema de saúde municipal.
Contexto do atendimento municipal
A situação enfrentada pelo Hospital de Ibaté reflete um fenômeno comum em unidades de saúde de cidades médias no Brasil: alta demanda concentrada em determinados períodos, principalmente para atendimentos pediátricos e de urgência. Especialistas lembram que a falta de médicos, embora pontual em algumas regiões, não se configurou no caso relatado, já que o plantão contava com três profissionais e toda a equipe de enfermagem atuante.
O episódio levanta novamente a discussão sobre comunicação de informações de saúde nas redes sociais e a importância de dados oficiais para evitar interpretações equivocadas. Segundo o hospital, a instituição continuará trabalhando para equilibrar eficiência, humanização e segurança no atendimento.