
Curso voltado a situações de urgência e emergência integra política municipal de inclusão e acessibilidade
Profissionais da saúde pública de São Carlos (SP) receberam, na última quinta-feira (24), os certificados de conclusão do primeiro módulo do curso de Língua Brasileira de Sinais (Libras), voltado à qualificação para o atendimento a pessoas surdas, com foco especial em contextos de urgência e emergência. A formação foi promovida pela Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria da Pessoa com Deficiência e Paradesporto, em parceria com o SENAC São Carlos e a Associação dos Surdos do município.
A capacitação contemplou servidores do SAMU, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Unidades Básicas de Saúde (UBSs), com o objetivo de ampliar a acessibilidade, humanizar os serviços e assegurar um atendimento mais inclusivo. De acordo com o secretário Rafael de Almeida, a iniciativa é um passo concreto na direção de uma política pública mais equitativa. “Essa formação surgiu da necessidade real de acessibilidade nos serviços públicos. Nosso compromisso é garantir que a comunidade surda seja atendida com dignidade”, afirmou.
O curso teve início em maio deste ano e contou com aula inaugural acompanhada pelo prefeito Netto Donato. Segundo os organizadores, a parceria entre as secretarias da Pessoa com Deficiência e da Saúde foi decisiva para viabilizar o projeto.
A gerente do SENAC São Carlos, Fábia Maria Silva Lins dos Santos, ressaltou o alinhamento da proposta com a missão institucional. “A inclusão e a diversidade fazem parte do nosso compromisso. Estamos muito felizes em contribuir com a capacitação de profissionais da saúde para esse atendimento tão necessário.”
Entre os participantes, o impacto da formação foi celebrado. “É a primeira turma com foco específico na área da saúde. Estamos mais preparados para acolher a comunidade surda com a atenção que ela merece”, avaliou Elaine Cristina dos Santos de Paula, supervisora da UPA Santa Felícia.
Para a diretora do Departamento de Gestão do Cuidado Hospitalar, Daniele Robles Antoneli, a comunicação é elemento central na humanização do atendimento. “Ter profissionais que falam Libras é um grande passo para garantir equidade no cuidado. O atendimento humanizado começa pela escuta — e a escuta, neste caso, passa pela língua de sinais.”
A expectativa da Prefeitura é dar continuidade à iniciativa com novos módulos e ampliação da formação para outros setores da saúde pública municipal. O projeto integra as ações do município para promoção da inclusão e está alinhado às diretrizes da Política Nacional de Saúde da Pessoa com Deficiência.