
O prefeito de Trabiju, Maurilio Tavoni Junior (MDB), conhecido como Juca Tavoni, renunciou ao cargo nesta sexta-feira (3). A carta de renúncia que foi protocolada na Câmara Municipal cita abandono de aliados, oposição ferrenha e a pandemia de Covid-19.
“Alguns apoiadores de minha campanha eleitoral e de meu governo, em razão de interesses não republicanos, deixaram de apoiar o governo, e passaram a ser inimigos pessoais. Ocorre ainda, que esses que abandonaram o governo, se uniram à oposição, e agem contra o povo de Trabiju como forma de desestabilizar o governo, assim atualmente estou sendo impedido de administrar”, disse Tavoni na carta.
Ele estava no terceiro mandato e, em fevereiro passou a ser investigado por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar uma denúncia de improbidade administrativa por danos ao erário público por conta de um show pirotécnico feito em uma propriedade particular no réveillon de 2017, antes de assumir a prefeitura e que depois teria sido pago com dinheiro público.
Tavoni acusa seis dos nove vereadores do município de impedirem a aprovação de leis propostas pela prefeitura.
“Atualmente seis vereadores que fazem oposição ferrenha ao governo impedem esse mandatário de administrar a cidade da melhor forma, impedindo a aprovação de leis que iriam melhorar o atendimento em nosso município.”
O agora ex-prefeito ainda diz que sua saída ajudará Trabiju a enfrentar a pandemia de Covid-19. O município não tem casos suspeitos.
“Em um momento crítico para nossa população, pois o mundo todo enfrenta essa pandemia viral, e diante do engessamento desse governo, em razão da oposição desarrazoada e sem propostas, entendo que o melhor para o município de Trabiju e para o povo e Trabiju é o meu afastamento do governo”, disse .
Tavoni diz que deixa o comando da prefeitura na mãos do vice-prefeito Marcos Peres (MDB). “Ele sabe que poderá contar comigo para o enfrentamento das dificuldades que terá nos próximos meses.”
CPI
Em fevereiro, a Câmara Municipal de Trabiju (SP) abriu uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar uma denúncia de improbidade administrativa por danos ao erário público contra Juca Tavoni.
Segundo a denúncia de um morador do município, o prefeito teria pago a realização de uma queima de fogos em uma residência particular com o dinheiro público na passagem de ano de 2016 para 2017, às vésperas de ele assumir a prefeitura, em um evento que não era aberto ao público.
A prefeitura de Trabiju informou que o prefeito ressarciu os cofres públicos do valor gasto com a queima de fogos que, com juros e correções, chegou a R$ 8,6 mil.
Ainda de acordo com dados apresentados na denúncia, um servidor municipal comissionado (em cargo de confiança) teria assinado o recibo do show pirotécnico em 2 de janeiro de 2017, mas ela teria tomado posse somente em 4 de janeiro.
A comissão tem 90 dias para as investigações. O caso também está sendo investigado pelo Ministério Público.
Na época, em nota, a prefeitura acusou os vereadores que propuseram a abertura da investigação de quererem desestabilizar o governo municipal em ano eleitoral, pois tinham conhecimento da denúncia desde 2017.
“O prefeito esclarece que não é contra a investigação, já que é dever da Câmara Municipal fiscalizar o Poder Executivo, entretanto, os vereadores quererem investigar fatos ocorridos em 2017, apenas na proximidade das eleições em 2020, quando todos os vereadores já tinham ciência desses fatos demonstra o desvio de finalidade dessa investigação”, afirmou a nota da prefeitura.
O presidente da CPI, vereador Giovani Ferro (DEM) disse ao G1 que a investigação foi aberta porque a denúncia do munícipe foi protocolada na Câmara em 17 de janeiro deste ano e que, diante da indefinição das investigações do MP, seis dos nove vereadores votaram pela apertura da comissão de investigação.
“Começou agora a CPI, nada garante que ele [prefeito] será condenado ou não, mas tem que ser investigado, os fatos são contundentes”, afirmou na época Ferro.
G1 São Carlos e Araraquara
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