Os dados do Relatório Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2024 revelam um panorama detalhado sobre o mercado de trabalho formal em São Carlos. De acordo com o levantamento, a cidade contava, em dezembro do ano passado, com 81.486 pessoas empregadas com carteira assinada. O rendimento médio registrado foi de R$ 4.016,00, valor superior à média nacional, de R$ 3.706,00, mas abaixo da média estadual, que ficou em R$ 4.527,00.
A análise mostra que a diferença salarial entre homens e mulheres continua significativa. Entre os homens, o rendimento médio foi de R$ 4.546,00, com 47.451 contratos ativos, enquanto entre as mulheres o valor médio foi de R$ 3.285,00, com 34.035 vínculos.
No recorte das faixas salariais mais elevadas, o ápice de rendimento masculino em São Carlos foi de R$ 10.797,00, em um grupo de 2.170 contratos, enquanto o ápice entre as mulheres atingiu R$ 7.002,00, em 1.690 vínculos. A segunda faixa salarial mais alta ficou em R$ 8.759,00 para homens (3.611 contratos) e R$ 5.610,00 para mulheres (3.953 contratos).
Setores econômicos
Em relação aos setores produtivos, a indústria lidera com o maior rendimento médio: R$ 5.056,00, distribuído entre 22.933 contratos formais. O setor de serviços, que concentra o maior número de trabalhadores formais (35.279 vínculos), apresentou rendimento médio de R$ 3.975,00.
Na sequência, aparecem a construção civil, com 3.993 vínculos e rendimento médio de R$ 3.419,00; a agropecuária, com 2.428 vínculos e R$ 3.101,00; e o comércio, que registrou o menor rendimento médio — R$ 2.906,00, com 16.853 contratos ativos.
Faixas etárias e massa salarial
O estudo também aponta que trabalhadores com 60 anos ou mais possuem rendimento médio de R$ 4.361,00, enquanto os jovens de até 24 anos recebem, em média, R$ 2.396,00. Já a faixa intermediária, entre 25 e 59 anos, concentra 64.757 vínculos, com remuneração média de R$ 4.325,00.
Com a chegada do fim de ano, a massa de rendimentos tende a praticamente dobrar, impulsionada pelo pagamento de décimo terceiro salário, férias e bonificações, o que gera um impacto positivo no consumo local.
Análise da ACISC
Para a presidente da ACISC (Associação Comercial e Industrial de São Carlos), Ivone Zanquim, os números reforçam a relevância da economia local e a necessidade de políticas que valorizem o trabalhador e estimulem o comércio.
“São Carlos se destaca por ter rendimentos acima da média nacional, reflexo de uma economia diversificada e da presença de setores fortes como indústria e serviços. Contudo, é fundamental avançar em igualdade salarial e na geração de oportunidades para todos os públicos, especialmente as mulheres e os jovens”, destacou Ivone.
O economista do Núcleo Econômico da ACISC, Elton Casagrande, ressaltou que o comportamento da renda formal na cidade acompanha o cenário estadual, com tendência de crescimento gradual e estabilidade no nível de emprego.
“Os dados mostram um mercado de trabalho sólido e resiliente. A concentração de empregos formais nos serviços e na indústria mantém a economia local aquecida, e o aumento da massa salarial no fim do ano injeta recursos importantes no comércio, favorecendo o ciclo econômico da cidade”, avaliou Casagrande.
Com base nas projeções, a ACISC estima que o movimento econômico de fim de ano deve ser um dos mais fortes dos últimos anos, impulsionado pela injeção de renda, estabilidade do emprego formal e recuperação gradual da confiança do consumidor.

















