A Coordenação da Frente Parlamentar de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa se reuniu nesta segunda-feira (01), no Plenário da Câmara, para arregaçar as mangas e começar a transformar em ações práticas a enxurrada de reclamações apresentadas pela população na primeira reunião pública, realizada no dia 6 de novembro.
Criada pelo vereador Lineu Navarro, a Frente tem a missão de acompanhar e fiscalizar o cumprimento do Estatuto do Idoso, apoiar entidades, combater a discriminação etária e garantir que políticas públicas realmente cheguem a quem mais precisa. O grupo reúne advogados da OAB, representantes de instituições de longa permanência, profissionais da rede pública, usuários dos serviços e professores de Gerontologia da UFSCar.
Entre as demandas mais urgentes está a criação de uma assessoria jurídica gratuita. Segundo Lineu, os idosos enfrentam abandono, abuso financeiro e até violência dentro da própria família. Além disso, muitos têm dificuldade para acessar medicamentos de alto custo.
A vice-presidente da Comissão do Idoso da OAB, Rita de Cássia Barbosa, afirmou que há possibilidade de parceria entre OAB e o curso de Direito da UNICEP. A minuta da proposta será discutida em fevereiro.
O presidente do abrigo Helena Dornfeld, Ademir Bitelli, jogou luz sobre mais um problema grave: o custo real para manter um idoso acolhido gira em torno de R$ 7 mil mensais — valor muito acima do que é pago pelos assistidos e pela prefeitura.
Com poucas vagas financiadas pelo município e fila enorme de espera, a situação é crítica. Até a próxima reunião, UFSCar e entidades vão elaborar um diagnóstico detalhado para definir como a Frente deve agir.
A coordenação decidiu ainda fortalecer o Fundo Municipal do Idoso, que pode receber recursos por meio de deduções no Imposto de Renda. Com mais arrecadação, entidades seriam beneficiadas e o Conselho Municipal poderia ampliar programas e ações.
O transporte público foi outro tema quente. Usuários denunciaram ônibus em péssimo estado, falta de linhas, pontos sem cobertura, veículos pouco adaptados e motoristas despreparados.
A Frente vai solicitar reunião com o secretário Michel Yabuki para cobrar melhorias, novas vagas preferenciais e adequação das rampas de acessibilidade pela cidade.
Por fim, a implantação de um Centro Dia — equipamento essencial para cuidados diurnos, convivência e prevenção da solidão — voltou ao debate. Lineu ressaltou que São Carlos não pode continuar sem esse serviço e que “é preciso vontade política para tirar a proposta do papel”. A reunião de fevereiro irá reunir modelos de outras cidades e preparar um projeto completo a ser levado ao prefeito.
A Frente promete pressão, estudos e propostas. Agora, falta saber se o poder público vai, finalmente, entregar o cuidado que a população idosa de São Carlos há tanto tempo espera.















