A Prefeitura de São Carlos promoveu, na noite desta quarta-feira (10/12), uma audiência pública dedicada exclusivamente ao debate sobre meio ambiente e mudanças climáticas, etapa fundamental do processo de revisão do Plano Diretor. Realizado na sede da Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos (Aeasc), o encontro consolidou o tema climático como eixo estruturante para o futuro planejamento urbano da cidade.
A palestrante convidada, Paula Martins Escudeiro — especialista em geografia, gestão ambiental, recursos hídricos, mudanças climáticas e transição energética — apresentou experiências de cidades como Santos e Campinas, que já implementam políticas robustas de adaptação climática. Paula destacou a Política Estadual de Mudança Climática, criada em 2008 e regulamentada em 2024, reforçando que a adaptação depende tanto de políticas públicas quanto da ação coletiva.
Segundo ela, pequenas ações individuais, quando repetidas por milhões de pessoas, têm impactos significativos. “Além das políticas públicas, precisamos de novos processos de conscientização. Muitas vezes, gestos cotidianos geram grandes problemas ambientais”, alertou.
Paula explicou como os planos climáticos mapeiam riscos e vulnerabilidades, e detalhou o papel das tecnologias de geoprocessamento na prevenção de desastres. Citou como exemplo o plano climático de Santos, com eixos sobre arquitetura sustentável, redução da vulnerabilidade social, soluções baseadas na natureza e gestão de saneamento. “As populações mais vulneráveis vivem nas áreas de maior risco. Isso exige políticas públicas específicas”, afirmou.
A audiência contou ainda com apresentações técnicas do engenheiro Eduardo Casado, do SAAE, que abordou temas como água, esgoto, drenagem e resíduos sólidos, e do secretário municipal de Meio Ambiente, Júnior Zanquim, que discutiu estratégias de adaptação e soluções ambientais.
O assessor da Prefeitura, João Muller, avaliou o encontro como essencial para o avanço da revisão do Plano Diretor. “São Carlos já sente os efeitos das mudanças climáticas: transbordamento de córregos, secas prolongadas, incêndios e doenças relacionadas ao clima. A palestra trouxe exemplos importantes que podem inspirar nossa cidade”, destacou.
Encerrando a audiência, moradores apresentaram sugestões e preocupações, reforçando o caráter participativo do processo de revisão.
A próxima audiência será realizada em Santa Eudóxia, no dia 17 de dezembro, às 18h, no salão da Igreja São Sebastião, onde serão discutidas propostas de ampliação do perímetro urbano e de criação de uma zona destinada a chácaras de recreio próximas ao rio Quilombo, além da definição de áreas de interesse ambiental.






















