A Prefeitura de São Carlos, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SMCT) e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), deu mais um passo na criação da primeira Incubadora Pública de Economia Solidária do município. A iniciativa foi tema de uma reunião de trabalho realizada na última quinta-feira (16), no auditório do Departamento de Economia Solidária (DES), onde foi apresentada a equipe responsável pela elaboração do diagnóstico, diretrizes e Plano de Ação da nova estrutura.
O projeto é fruto da parceria firmada em junho de 2025 entre a Prefeitura e a UFSCar, com apoio da Fundação de Apoio Institucional (FAI/UFSCar). O investimento, de R$ 145,8 mil, é proveniente do Fundo Municipal de Economia Solidária (Ecosol), instituído pela Lei Municipal nº 15.196/2010, que criou o Programa de Fomento à Economia Solidária. Segundo o prefeito Netto Donato, a criação da incubadora atende a uma antiga demanda dos movimentos sociais. “A proposta está alinhada às diretrizes da Política Nacional de Economia Solidária. Vamos regulamentar uma lei aprovada há anos e garantir que esse trabalho saia do papel e transforme realidades”, destacou o prefeito.
A Incubadora Pública de Economia Solidária será um espaço de apoio técnico, formação e capacitação de empreendimentos solidários, com foco na autogestão, no cooperativismo e na valorização da cultura local. O objetivo é fortalecer práticas de geração de renda sustentáveis, inclusivas e democráticas, consolidando São Carlos como referência no fomento a esse modelo econômico.
O diretor do Departamento de Economia Solidária, Eduardo Araújo, enfatizou que o projeto vem sendo debatido desde 2016 e representa uma conquista histórica para o movimento Ecosol. “Essa incubadora é um braço fundamental da política pública, pois viabiliza a formação para a autogestão e o cooperativismo. É uma conquista coletiva”, afirmou.
De acordo com o secretário municipal de Cultura e Turismo, Leandro Severo, a parceria com o Núcleo Multidisciplinar e Integrado de Estudos, Formação e Intervenção em Economia Solidária (NUMI-Ecosol/UFSCar) tem papel decisivo para o avanço da proposta. “Essa discussão é essencial para criarmos novas possibilidades de geração de trabalho, emprego e renda de forma orgânica e sustentável. Nossa meta é regulamentar o funcionamento da incubadora até o fim do ano, transformando-a em uma política pública permanente e inovadora para São Carlos”, destacou.
O coordenador do projeto pela UFSCar, professor Wagner Molina, explicou que o grupo técnico está elaborando o primeiro relatório de estruturação, que reunirá o diagnóstico das lacunas e potencialidades da economia solidária local, além das diretrizes de funcionamento e do Plano de Ação para o desenvolvimento das atividades.
Atualmente, São Carlos possui 17 Empreendimentos Econômicos Solidários e três entidades de apoio cadastradas no Conselho Municipal, envolvendo diretamente mais de 280 pessoas — sendo 70% mulheres — e cerca de mil beneficiários indiretos. A Feira Permanente de Economia Solidária, realizada na Praça XV, movimentou mais de R$ 750 mil em 2024, consolidando o setor como importante instrumento de inclusão produtiva e desenvolvimento local.
Também participaram da reunião o secretário adjunto de Turismo, Hicaro Alonso, o diretor de Promoção Turística, Manoel Virgínio, e o supervisor do Centro Público de Economia Solidária “Herbert de Souza – Betinho”, Caio Yamazaki Saravalle.

















